Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Tony Tornado mostra todo que sabe de soul no Black na Cena. Bruno Porte/BR PressTony Tornado mostra todo que sabe de soul no Black na Cena. Bruno Porte/BR Press

Black na Cena celebra negritude

(São Paulo, brpress) - Festival estreia com performances e shows sensacionais de Seu Jorge, Farufyno, Sandra de Sá, George Clinton, Tony Tornado e Baile do Simonal. Por Luan Singh.

(São Paulo, brpress) – A noite de frio da última sexta-feira (22/07) afugentou o público esperado para o festival de música Black na Cena, que acontece até domingo (24/07), na Arena Anhembi. A plateia não chegou a ocupar nem metade da pista normal. Mas as performances dos músicos nos shows, o repertório e animação dos artistas escolhidos para representar a primeira edição do festival voltado inteiramente para a música negra souberam captar a energia dos poucos presentes, como se estivessem se apresentando para um estádio de futebol lotado.

Com vários estilos representativos do gênero, a noite contou com Seu Jorge, Farufyno, Sandra de Sá, George Clinton, Tony Tornado e Baile do Simonal,que, somadas as suas apresentações, fizeram soar nos amplificadores da Arena Anhembi o rap, reggae, soul, funk, rock, blues, samba e samba-rock.

‘Black museu’

A banda Farufyno abriu a noite com uma série de canções autorais e hits de outros cantores como Chico Buarque, Marcelo D2 e Tim Maia. Este último foi referenciado em quatro canções pela segunda atração da noite, Tony Tornado. Surpreendente em cima do palco, com suas danças atípicas para um “black museu” (como o próprio cantor se designou por sua idade) e uma voz grave e afinada, perfeita para o soul, Tornado encantou o público e terminou o serviço de aquecimento para as atrações seguintes no maior grau possível.

A terceira atração da noite foi só festa. Uma celebração já conhecida há muito tempo na música brasileira, mas que não enjoa aos ouvintes. Pelo contrário, o Baile do Simonal só alegrou os presentes ao relembrar grandes sucessos do cantor Wilson Simonal, como Meu Limão, Meu Limoeiro e Zazueira, nas vozes de seus dois filhos, Wilson Simoninha e Max de Castro.

‘Abrasileirando’

Gigante, bonita e com uma voz ensurdecedora Sandra de Sá foi a única mulher da noite. Além do repertório muito bem escolhido para ocasião, passando de Bob Marley às próprias canções, como Bye, Bye Tristeza, a cantora mostrou porque é uma das mais importantes artistas da música negra brasileira. Levou o público à loucura, chegando até a ameaçar a reputação das últimas duas atrações – que até então seriam as melhores da noite.

As suas verbalizações com o público, após e durante as canções, chegaram a ser panfletárias, chamando a atenção do público para a essência do festival, sugerindo transformar o nome Black na Cena para ‘Preto na Cena’. “Temos de abrasileirar isso tudo”, gritou a cantora, seguida de aplausos e gritos entusiasmados de apoio.

Rei Jorge

“Seu Jorge é, atualmente, o maior representante da música negra brasileira no cenário nacional e internacional”, disse Max de Castro. Não há como duvidar da opinião de Max, pois é um fato consumado e provado no festival.

Apesar do repertório, que contou, entre outras, com os hits Burguesinha, Carolina e Mangueira, não ter agradado muito aos presentes, sua performance no palco, juntamente com a banda, foi motivo de sobra para admiração da plateia. O público esperava por músicas novas, como A Doida, e outros hits diferentes dos tocados, mas ninguém esperava por quatro momentos emocionantes de seu show.

Seu Jorge cantou, quase que de forma falada, pausadamente, o rap Nego Drama, dos Racionais Mc’s, e o samba Zé do Caroço, de Leci Brandão, e foi ovacionado pela plateia emocionada. Completou o seu espetáculo quando virou de costas para a plateia e gesticulou para seus intrumentistas como se fosse um regente de uma orquestra, perfeitamente alinhada. Isso sem falar da seção de dub, durante umas das músicas.

Public Enemy

Como não podia ser diferente, George Clinton roubou a cena de toda a noite. Cantando parabéns, a plateia chamou o cantor, que completou 70 anos no palco. Para surpresa geral, até da organização do festival, Clinton apareceu acompanhado do vocalista do Public Enemy, Flavor Flav, que cantou com ele até o final o show.

Com os seus 20 integrantes da banda no palco, o show parecia mais um grande musical, com várias cenas diferentes e atores malucos e fantasiados. Desde um guitarrista à moda futurista, todo prateado, até um dançarino musculoso que ficava se contorcendo no palco durante as canções.

Todos os 20 músicos fizeram alguma brincadeira e performances solos – todas sem esquecer o estilo musical dos seus hits Atomic Dog e Give Up the Funk, que foram tocados para delírio do público. Clinton encerrou a primeira noite do festival com bolo nas mãos e no rosto, com muita simpatia – e, claro, com um bom e velho groove.

Mais informações sobre o festival Black na Cena aqui.

(Luan Singh/Especial para brpress)

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate