
Caramujos saem da concha
(brpress) – Sem pressa de fama, grupo Memórias de Um Caramujo destaca-se no cenário MPopB com curiosa mistura rítmica. Felipe Kopansi conversa com eles.
(brpress) – Sem nenhum álbum lançado e com apenas uma única temporada de shows no currículo, o grupo Memórias de Um Caramujo, ao contrário das bandas em início de carreira, parece não ter pressa em aparecer. De fato, isso é apenas uma questão de tempo. Pois, mesmo no começo da trajetória, os “Caramujos” já apresentam uma promissora e original receita musical, inspirada em curiosas misturas vindas de muitos discos da estante.
Por trás de um caricato nome, o grupo traz uma concisa sonoridade, capaz de incorporar do clássico jazz ao regional baião de Luiz Gonzaga, passando ainda por Beatles. A mistura de ritmos é amparada na notável versatilidade dos músicos André Vac (guitarra, bandolim e voz), Gabriel Basile (bateria), Gabriel Milliet (violão, flauta e voz), Thomas Huszar (baixo e voz) e Tomás de Souza (piano, cavaco), além da voz e carisma de Beatriz Mentone.
Múltiplas influências
“Temos influências de algumas bandas dos anos 70/80. Porém, não há como negar a presença dos discos da estante e das músicas que ouvíamos em casa, com nossos pais”, afirma Beatriz. “Nosso som é resultado de nossa cultura musical. Na verdade, gostamos de muitas coisas e não há uma linha bem definida para seguir. Acho que a mistura é isso”, completa a vocalista.
Essa mistura de gêneros se mostra de maneira marcante e suave ao mesmo tempo, dificultando até para o grupo aquela inevitável definição de estilo musical como “eclético”. A resposta não é tão simples e também não precisa ser muito rigorosa, mas inclui muito de folk, choro, rock, baião, jazz, entre outros. “A nossa ‘cara’, pelo que parece, é justamente não ter cara”, brinca Beatriz.
Prosa
Além da sonoridade, o grupo também se preocupa com as composições, exibindo um repertório totalmente autoral. Se as músicas variam muito na melodia, elas encontram uma proximidade maior nas letras, sem perder a originalidade. Em comum, as canções evocam um certo ar de conversa, como prosa, quase todas bem-humoradas.
Assim, com a música Alice, entre 1.900 inscritos, o grupo alcançou o primeiro lugar no Festival Nacional da Canção, em 2008.
Como os “Caramujos” são universitários, eles alternam entre os livros e os instrumentos. No momento, a banda não tem dedicação integral, fato que dificulta a elaboração do álbum de estréia. “Precisamos trabalhar mais nosso repertório. Temos que pensar em engrossar o caldo. Sem falar que tudo isso terá um custo também. Enfim, creio que ele deverá sair no próximo ano”, adianta Beatriz.
Ouça Memórias de Um Caramujo no MySpace: http://www.myspace.com/memoriasdeumcaramujo
(Felipe Kopanski/Especial para brpress)