Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

FOTO – Dio criou a música pesada e sua simbologia.metalkingdom.netFOTO – Dio criou a música pesada e sua simbologia.metalkingdom.net

Dio: um gentleman no metal

(brpress) - Legado do cantor lírico com extensa ficha de serviços prestados ao metal transcende sinal dos dedos indicador e mínimo eretos – os "chifrinhos". Por Luis Vieira.

(brpress) – Uma das crises que mais forte atinge toda uma geração é quando seus ídolos e ícones morrem. É como se a realidade fosse sustentada por pilares e, um a um, eles fossem desmoronando levando junto convicções e valores. Morreu no último domingo (16/05), às 7h:45, aos 67, Ronald James Padavona.

Se o nome lhe é estranho, envergonhe-se. Se o nome lhe é estranho e algum dia já foste a um show de rock e fez o sinal dos dedos indicador e mínimo eretos (comumente chamado de “chifrinhos”), envergonhe-se dez vezes mais. Ronald James Padavona, ou Ronnie James Dio (sua alcunha artística), não deixou como único legado um gesto para shows de música pesada. A própria existência da música pesada lhe deve muito. E não só em termos artísticos, mas quando o assunto é caráter, Dio volta a ser uma unanimidade.

Gentleman

É impossível achar alguém no mundo do rock, ou até mesmo fora dele, com algum argumento desagradável sobre o cantor que eternizou diversos discos do Black Sabbath, Rainbow e Elf. 

Dio nasceu em 1942, em Porstmouth, nos EUA, e seus primeiros registros foram coma banda Elf. Depois de três álbuns gravados, o último em 1975, o vocalista chamou bastante a atenção do proeminente guitarrista do Deep Purple, Ritchie Blackmore, que o efetivou como membro de seu projeto paralelo, a banda Rainbow.

Arco-íris

O Rainbow foi uma espécie de time dos sonhos, da época, chegando a juntar em sua formação, além dos dois já citados, o também saudoso monstro da bateria Cozy Powell, o grande baixista Jimmy Bain, e o tecladista Don Airey, ironicamente na atual formação do Deep Purple. 
 
Os discos Ritchie Blackmore’s Rainbow (1975), Rising (1976), On Stage (1977) e Long Live Rock ‘n’ Roll (1978) são clássicos presentes na coleção de qualquer fã de heavy metal e rock n’ roll que se preze. Além de apresentarem ao mundo um jeito completamente inédito de se fazer música, esses álbuns traziam a inconfundível voz de Dio: uma mistura entre técnica lírica apurada e o grito visceral, com o feeling e a pegada que pedem o rock pesado.

Não são poucos os que o consideram Dio o maior vocalista de rock/metal de todos os tempos.  Depois de sair do Rainbow, Dio entrou para a banda que inventou o heavy metal, Black Sabbath.

Sai Ozzy, entra Dio

O grupo passava por uma bela crise quando Ozzy Osbourne abandonou o barco, muitos falavam que não haveria Sabbath sem ele. Ledo engano, pois a voz de Dio sobrepujou os mais pessimistas, rendendo a gravação de mais três clássicos eternos: Heaven and Hell (1980), Mob Rules (1981) e Live Evil (1982).

A essa altura, Dio não era mais um simples vocalista, era uma lenda viva. Prova disso foi sua carreira solo, que começou em 1983, nunca teve nenhum momento vacilante. Disco após disco, os fãs sabiam que podiam comprar os registros sem o menor receio. Além da técnica e da revolução que trouxe à música pesada, Dio tinha outro diferencial: as letras.

Poeta

Longe de se resumirem a trinca sexo, drogas e rock n’ roll, a poesia de sua autoria tinha uma sobriedade única, e, por mais subjetivas que pudessem ser, suas letras arrancavam a identificação de todos.  Em 2008, com o anúncio da volta da formação que gravou Mob Rules, muitos fãs que cresceram ouvindo histórias sobre essa fase do Black Sabbath puderam sentir a sensação de quando os deuses andavam sobre a Terra. 
 
Por problemas judiciais envolvendo Ozzy Osbourne, o grupo precisou usar o nome Heaven and Hell, mas, independente da alcunha, o mundo sabia do que se tratava.
Além de turnês memoráveis, a reunião rendeu o disco de inéditas The Devil You Know (2009).

O lançamento desse álbum no meio metálico repercutiu como algo do tipo: “Ok crianças, vocês estão indo bem, mas deixem os mestres mostrarem como é que faz”. Entretanto, essa é a mesma época em que um câncer de estômago é diagnosticado em Dio. A certeza era que o mestre chutaria a bunda desse câncer e voltaria a cantar o mais breve possível – afinal, quem em sã consciência poderia cogitar a morte de Ronnie James Dio?

O último domingo não significou a derrota de Dio – ídolo de talento e caráter indiscutíveis –, mas perda de uma referência para em um mundo de celebridades vazias e instantâneas.  

(Luis Vieira/Especial para brpress)

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate