Feira acaba em jam
(Recife, brpress) - Homenagem a Luiz Gonzaga encerrou a Feira Música Brasil, em show que reuniu a da música brasileira como Arnaldo Antunes, Otto e Seu Jorge. Por Jarmeson de Lima.
(Recife, brpress) – Após cinco dias de reflexões sobre o mercado fonográfico, promovendo shows abertos ao público e aproximando artistas e empresários, chegou ao final a segunda edição da Feira Música Brasil. No domingo (13/12), último dia do evento, o show de encerramento foi um reflexo de como trabalha a classe artística atual: em coletividade.
A grande banda que encerrou o evento, prestando uma homenagem a Luiz Gonzaga, era formado por feras da música brasileira atual. No palco do Marco Zero, o público de mais de 20 mil pessoas viu em cena músicos que fizeram novas releituras dos clássicos do Rei do Baião. A megabanda de apoio idealizada por Pupilo (baterista da Nação Zumbi e mentor do projeto) contou com o saxofonista Spok, da Spok Frevo Orquestra, Fernando Catatau e Rian Batista, ambos do Cidadão Instigado; Daniel Ganjaman, do Instituto; Toca Ogan, também da Nação Zumbi, e Gilsinho, percussionista da Orquestra Contemporânea de Olinda.
A dinâmica do show consistia no revezamento dos cantores interpretando as músicas mais conhecidas de Luiz Gonzaga, que se estivesse vivo, completaria 87 anos neste mesmo dia. Os sanfoneiros pernambucanos Camarão e Beto Hortiz abriram o show, com a bela faixa instrumental 13 de Dezembro, título que se refere à data de nascimento de Gonzagão.
Logo após, foram subindo ao palco Siba, Junio Barreto e Arnaldo Antunes. Destaque para os belos arranjos e a interpretação de Otto para Pé na Estrada, nesta primeira parte do show e a tentativa de Marina de La Riva ao colocar um balanço caliente em Xamêgo.
Após estes momentos em que a banda de apoio executava versões mais dançantes e com groove, Vitor Araújo e Isaar subiram ao palco para um momento intimista e mais transgressor com piano e voz. O público, por sua vez, quando não reconhecia alguma música ou estranhava alguma versão, ficava indiferente, aguardando o que viria em seguida.
Seu Jorge
Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, voltou a atrair a atenção quando subiu ao palco para declamar, à sua maneira teatral, os primeiros versos de Retrato de Um Forró. E apesar da divulgação do show durante a semana, destacando os artistas que fariam participações especiais, muita gente se surpreendeu quando foi anunciada a chegada de Seu Jorge.
De mansinho, o cantor chegou para cantar O Fole Roncou, convidando a multidão para cantar junto. Tarefa esta, das mais fáceis a serem realizadas no Recife, cidade que conhece como ninguém a música do Gonzagão, transmitida por gerações e sempre reinterpretada pela legião de forrozeiros do estado.
Ao final do show, após uma breve despedida, todos os músicos participantes e cantores convidados subiram ao palco ao mesmo tempo para cantar outras músicas marcantes do período de São João nordestino: Olha pro Céu e Pagode Russo.
Resultado: quem perdeu este grande encontro poderá conferi-lo em DVD, a ser lançado no ano que vem.
(Jarmeson de Lima/Especial para brpress)