Filarmônica futurista
(São Paulo, brpress) – Inusitada orquestra formada por 24 DJs e produtores que "tocam" laptops faz "não só música, mas arte e cultura eletrônica”, diz diretor a Felipe Kopanski.
(São Paulo, brpress) – Contrariando a visão clássica de uma orquestra, repleta de refinados instrumentistas, um novo modelo amparado por recursos tecnológicos recebe destaque ao “atualizar” esse conceito. Trata-se da inusitada Orquestra de Laptops, uma verdadeira filarmônica futurista, regida por 24 DJs.
Apesar de o termo já ser conhecido, existindo outros exemplos de conjuntos semelhantes, o grupo dirigido pelo artista multimídia Pablo Waldman começa a concretizar essa inovadora experiência sonora e visual.
Com participação do Fundo de Cultura da cidade de Santo André, o projeto conseguiu se tornar uma realidade para os “teimosos” idealizadores. Para tirar o sonho do papel, a justificativa foi clara e convincente: ampliar em nova dimensão os processos de criação e execução musical, ensinando, produzindo e divulgando coletivamente a música eletrônica experimental. E, de algum modo, buscar expandir o acesso aos diversos aparatos tecnológicos.
Sem maestro
“Existem muitas orquestras de laptops no mundo. Anteriormente, ao lado de Wilson Sukorski, eu mesmo fiz parte de outra. Mas, a dele é sem U (Orqestra). Aliás, a maioria dos integrantes presentes aqui estava lá. Porém, essa nossa é bem diferente. Está funcionado, e o melhor, conseguindo executar todas as propostas”, afirma o diretor Pablo Waldman.
“Outro diferencial é que não buscamos maestros. Formamos uma cooperativa e queremos que cada um busque contribuir com suas próprias experiências”, completa o artista multimídia.
Repertório
Entre as subdivisões do espetáculo, aparece: uma partitura “vitruviana”, inspirada no famoso desenho de Da Vinci; uma releitura da obra de Antonín Dvorak, intitulada Sinfonia do Novo Mundo; imagens conflitantes, que ilustram o desespero do fracasso econômico; e ainda, uma conversação interativa entre máquinas, gerada a partir de conceitos da teoria do caos e do efeito borboleta.
“É um espetáculo interdisciplinar e muito experimental, não só de música, mas de arte e cultura eletrônica”, define Pablo. Mesclando adaptações de partituras com instrumentos sintetizados, a Orquestra de Laptop conta com a coordenação musical de Laercio Iorio e Ronaldo Vetro.
Rodrigo Berg coordena a criação de imagens, programadas para as exibições ao vivo e improvisadas. Isso tudo somado à proposta de conversação de máquinas de Bruno Pozzitrev, que mistura tecnofagia e fractais para gerar uma linguagem própria, totalmente inédita e interativa. No final, o termo orquestra acaba até simplificando essa atuação, no mínimo inovadora e curiosa.
Instalada na cidade de Santo André, no Espaço Sabina (Escola Parque do Conhecimento), a Orquestra de Laptops apresentará suas propostas ao público visitante todos os sábados, das 10h às 12h, até o dia 29/05. Lá o grupo se reúne para acertar os últimos detalhes da montagem do espetáculo, que passará a ser exibido no mês de junho. Inscrições gratuitas.
Escola Parque do Conhecimento – Rua Juaquiá, 135; (11) 4479-2744
(Felipe Kopanski/Especial para brpress)