
Kiss: monstruosamente rocker
(brpress) - Novo álbum Monster é excelente termômetro para os shows que a banda faz no Brasil em novembro. Por Fabian Chacur.
(brpress) – O rock tomou tantos caminhos nesses seus quase 60 anos de existência que às vezes a gente se esquece de que, em sua origem, esse gênero musical tinha como alicerces a energia, a descontração e o compromisso total com a irreverência e o efeito contagiante capaz de lavar a alma de seus ouvintes para todo o sempre. Felizmente, grupos como o Kiss não se esquecem disso.
Em seu novo álbum, o excelente Monster, lançado no Brasil pela Universal Music, é exatamente isso que o quarteto americano nos oferece. Trata-se de um ótimo termômetro para os shows que a banda faz no Brasil dias 14/11, no Zequinha, em Porto Alegre, dia 17/11, no Anhembi, em São Paulo – dentro do projeto Live Music Rocks, com transmissão pelo portal Terra – e no dia 18/11, na HSBC Arena, no Rio de Janeiro (mais informações aqui). Um som sem frescuras, sem complicações e com uma eficiência simplesmente impressionante. “Rock na veia”, como diziam os roqueiros setentistas.
Gene Simmons (vocal e baixo) e Paul Stanley (guitarra e vocal), os líderes do time, estão extremamente bem acompanhados de Tommy Thayer (guitarra e vocal, na banda há 10 anos) e Eric Singer (bateria e vocal, na banda, entre idas e vindas, há 20 anos). São esses dois caras que injetaram toda essa energia nos veteranos fundadores do Kiss.
Sem balada
Monster é hard/heavy rock básico do começo, com a alucinante Hell Or Hallelujah, ao fim, com a vibrante Last Chance, sem espaço para uma única balada. Riffs contagiantes de guitarra, refrãos matadores no estilo do hard rock oitentista e letras simples falando de temas simples. Solos econômicos, arranjos concisos e vocais repletos de personalidade são outras marcas.
As 12 músicas são bacanas, mas as minhas favoritas são, além das duas que já citei, a sensacional Wall Of Sound, a contundente Shout Mercy e a detonante Eat Your Heart Out. O melhor cantor do time é Paul Stanley, mas os outros três não ficam atrás quando assumem o vocal principal. Um time entrosado e que joga para ganhar na base da união.
O Kiss se vale de tanta parafernália visual em seus shows que muitos se esquecem de analisar o seu conteúdo musical. E não dá para negar que, em seus melhores momentos (e eles são muitos), o grupo do linguarudo nos oferece um rock and roll simples, poderoso e que os aproxima do que o gênero tem de melhor, que é a irreverência e a energia.
Sem hype
Monster é um álbum que não irá revolucionar o mundo do rock, nem será badalado pela crítica especializada, nem mesmo será cultuado pelos fãs mais elitistas desse estilo musical. Mas que delícia ouvi-lo no talo e botar os ya-yas para fora!
Isso é o verdadeiro rock and roll, e não é fácil de se fazer. O Kiss prova mais uma vez que sabe o caminho das pedras. E olha que eu não sou fanático por essa consagrada banda ianque. Mas não dá para negar que os caras são from hell mesmo!
(Fabian Chacur/Especial para brpress)
Veja o Kiss ao vivo em Nova York em 2012: