Mim: a madame cai no pop

(brpress) – Após se aventurar em inúmeras áreas, a ex-VJ e cantora se entrega ao pop com novo álbum, Quero Ver Seu Bang Bang. Por Felipe Kopanski.

(brpress) – Antes de se dedicar exclusivamente à carreira musical, ela já havia feito quase de tudo e mais um pouco. Mariana Eva, mais conhecida como Madame Mim, nasceu na Argentina, formou-se em dança, no Rio de Janeiro, e estudou cinema e teatro na Califórnia, Estados Unidos. Isso sem falar na carreira de VJ e humorista na MTV Brasil. Após explorar inúmeras vertentes, madame não decidiu se entregar ao pop com seu terceiro álbum, Quero Ver Seu Bang Bang (R$ 20,00, selo Vigilante, da gravadora independente Deckdisc).
   
    O disco foi todo elaborado praticamente por ela mesma, sem contar com muitos recursos técnicos e criado em seu próprio estúdio, por meio de computadores conectados em parcerias. Quero Ver Seu Bang Bang conta com algumas produções elaboradas na Argentina, além das participações de Plínio Profeta e JR Tostoi, dois amigos da cantora e reconhecidos produtores.
 
Visual = som
 
    A irreverente Mim já foi punk (“de roupa preta”), experimental (“de vestido floral”), electro (“com roupas coloridas”), e agora se define humildemente (será?)  como pop. “Meu visual atual é um resultado de todas as fases em que transitei”, diz Mim. “Fui somando tudo, pondo no liquidificador e saiu Quero Ver Seu Bang Bang”, explica.
 
    “Seja (faça) você mesma, mas não seja sempre a mesma” pode ser uma frase bem clichê, porém não foge da experiência musical da cantora. “Ao mesmo tempo em que busquei o diferente, sempre tive um ponto em comum: o conceito ‘do it your-self’. Sempre fiz, criei, montei e corri atrás de tudo sozinha e, talvez por isso, tenha percorrido caminhos diferentes. Aliás, sempre tive controle absoluto do meu trabalho, do meu som e proposta”, vangloria-se.
 
Divertida

    Além de referências musicais, que vão desde David Bowie, Pizzicato Five e Prince, até Kraftwerk, La Roux, Britney Spears, Madonna e Lady Gaga, a cantora chama atenção por seu lado despretensioso e bem-humorado: “Nunca esperei nada e sempre trabalhei com seriedade – porém, sem me levar a sério. Quero fazer música para entreter, dançar, curtir um som no engarrafamento”, ironiza.
 
    “Quando comecei a fazer comédia na MTV, no programa Quinta Categoria, depois no Furfles on the Beach, encontrei um lado meu pouco explorado e mergulhei nele”, revela Mim. “Tanto como atriz, como na minha música, letra e atitude, acho que o humor complementa meu lado irreverente, algo que trago do punk. Ao mesmo tempo me dá uma leveza que me agrada bastante”.
 
Estrangeira

    Envolvida com música desde pequena, Mim lançou dois álbuns independentes antes de seu atual trabalho: Eu Mim Meu, de 2005, e Electric Kool-Aid, de 2007. Detalhe: ambos discos tiveram músicas lançadas em coletâneas internacionais. A artista, que antes cantava apenas em espanhol e inglês, não esconde seu português com sotaque e, muito menos, o entusiasmo com o lançamento do novo disco.
 
    “Pela primeira vez em dez anos de música que estou em uma gravadora, estou superfeliz, mas não esqueço toda minha trajetória, diz, lembrando dos tempos em que fazia ‘showzinho punk’ e dormia com baratas no chão. “O bacana é que tudo me levou para onde estou agora. É o momento e lugar certo”, orgulha-se.
 
Conheça mais o trabalho de Madame Mim em:
www.mim.com.br, www.twitter.com/_madamemim, www.myspace.com/madame.mim
 
(Felipe Kopanski/Especial para brpress)