Mombojó: amigo do tempo
(Recife, brpress) - Novo CD do grupo recifense sairá de forma independente em 2010, com músicas mais pesadas e pegada mais dançante, como o tecladista Chiquinho explica, em entrevista a Jarmeson de Lima.
(Recife, brpress) – Acostumada a receber elogios desde seu trabalho de estreia, a banda Mombojó se prepara para entrar em 2010 com um novo disco. O sucessor de Nada de Novo (Independente, 2004) e Homem Espuma (Trama, 2006) estava previsto para sair ainda em 2009, mas como agora o grupo voltou a ser independente, o lançamento teve de ser adiado.
“Talvez esta seja a primeira vez que a gente esteja realmente independente, já que o primeiro disco saiu através de lei de incentivo e todo mundo era ainda muito novo”, afirma Chiquinho, tecladista da banda. Mesmo assim, Nada de Novo é reconhecido como um dos melhores discos da década, de acordo com vários críticos musicais do país.
Nação Zumbi
O integrante da Mombojó explica que para este terceiro disco, o grupo assume o controle de tudo. “Levamos os equipamentos da gente para uma granja em Aldeia, onde testamos e gravamos muita coisa”, revela. As músicas, no entanto, não ficaram prontas a partir destas sessões de gravação. “Mostramos estas gravações para outras pessoas que podiam nos ajudar. Metade delas acabou indo parar na mão de Pupilo, da Nação Zumbi, e a outra metade ficou sendo mexida por nós mesmos”, complementa o tecladista.
Apesar da espera, o novo disco já tem nome: Amigo do Tempo, que também é uma das faixas já escolhidas para integrar o álbum. Esta música, juntamente com Papapa, já são conhecidas do grande público, uma vez que foram gravadas ao vivo para o projeto MTV Apresenta Sintonizando Recife. Outra faixa que deverá aparecer em Amigo do Tempo é Casa Caiada, que a banda soltou na internet em setembro deste ano para download.
Novos rumos
O que o público pode esperar do disco? Com as perdas inesperadas em sua formação, de 2006 para cá, a Mombojó teve que se reformular em sua dinâmica de palco. “Este vai ser o disco que vai ter mais a cara da Mombojó, depois de todos os acontecimentos”, enfatiza Chiquinho. Os acontecimentos a que se refere foram a saída de Marcelo Campello (violão) e a morte de Rafael Torres (flauta).
Ao vivo, a Mombojó, que hoje conta com Felipe S (vocal), Chiquinho (teclado), Marcelo Machado (guitarra), Samuel (baixo) e Vicente Machado (bateria), tem tocado mais alto e com mais força, deixando para poucos momentos as melodias mais delicadas. “As músicas novas, principalmente ao vivo, tendem a ser mais pesadas, mais agressivas e ao mesmo tempo, mais dançantes. Afinal, esta é a fase que estamos vivendo”, explica. “Seria muito óbvio a gente lançar agora um disco que tivesse as mesmas nuances do primeiro ou que tivesse a mesma pegada do segundo. A ideia é estar sempre se reinventando”, conclui Chiquinho.
(Jarmeson de Lima / Especial para brpress)