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Alex LifesonAlex Lifeson

Rush em estado de graça

(São Paulo, brpress) - Trio entregou a idade do rock – e de todos – no Morumbi. Mas mostrou que é imune à máquina do tempo; show se repete na Apoteose, neste domingo (10/10) Por Juliana Resende.

(São Paulo, brpress) – Meu guitar hero passou dos 50 faz tempo, é meio gordinho, tem cabelos brancos e manchas senis nas mãos, que dedilham endiabradamente uma linda coleção de Gibsons. Foi a conclusão a que cheguei na noite da última sexta (08/10), depois de assistir ao show do Rush, no Morumbi. A banda entregou a idade do rock. Mas provou que o rock é imune à máquina do tempo e que o Rush pode brincar com Cronos – e até deixá-lo em estado de graça.

    Em três acachapantes horas de show – que se fizeram sentir em momentos mais arrastados, no primeiro tempo –, o trio canadense encheu o estádio de som. Muito som. Aliás, som demais para apenas três caras – sim, tiozinhos, mas mestres em seus instrumentos. Alex Lifeson (guitarra), Neil Peart (letrista e baterista) e Geddy Lee (baixo, guitarra e vocal) já fizeram de tudo em seus 36 anos de carreira, desde o lançamento do seminal Rush (1974).

    Na verdade, são três monstros – também imunes ao imperativo Cronos. Navegam numa outra dimensão, por entre décadas e mais de 20 álbuns como virtuoses ‘neanderthais’ do rock, agora rodando o mundo a bordo da turnê Time Machine.

    São Paulo aplaudiu e se curvou diante dessa máquina do tempo, antes de um final de semana de garoa que atrapalharia o festival estreante SWU, numa noite simplesmente perfeita. Mágica – e ainda não estamos falando do solo de Neil Peart (uma incrível sinfonia de percussão “orgânica” e “eletrônica”).

    O trio subiu ao palco pouco depois das 21h30, horário marcado para começar o show. Sem banda de abertura – para alegria geral. Com majestade e muito conhecimento de causa, cifras, ton tons e semicolcheias, derramou um manto de hits e músicas menos conhecidas até quase uma da manhã. 

    Coro

    O público, predominantemente masculino e maduro (para não dizer “velho”), sabia várias letras de cor e, em pérolas instrumentais como YYZ e La Villa Strangiato (sem sombra de dúvida, o melhor momento do show), cantarolava temas em coro para embalar o virtuosismo daqueles três senhores.

    A certa altura do show, as luzes se apagam e uma voz diz que “dada a idade avançada dos integrantes da banda, será feito um breve intervalo”. Todos riem e compreendem. Até então, o Rush não parecia ter pressa para incendiar o Morumbi. Foi o que aconteceu ao voltar tocando todo o repertório do disco Moving Pictures (1981), álbum mais popular do grupo e uma verdadeira obra prima do rock progressivo.

    O set se transformava gradativamente numa ilusão de ótica, engolindo o público (ou pelo menos a famigerada pista VIP), na medida em que o trio ia mergulhando mais nas suas raízes, lá pela metade do segundo tempo. É quando o hard rock toma lugar do sofisticado Signals (1982), que empresta ao repertório o hino Subdivisions. Efeitos visuais simples e de extremo bom gosto – quando não extravagantes, com direito a jatos de fogo, na climática Witch Hunt (Part III Of Fear), do revolucionário Grace Under Pressure (1984) –, fizeram a alegria dos fãs.

    Com humor – os vídeos de abertura, do primeiro e segundo tempo, mostram os três interpretando personagens bizarros (Geddy Lee perigas ganhar o Oscar!) – classe, técnica e muito charme, o Rush mostrou, tirando sarro de sua própria velhice e com um conceito graciosamente elaborado, por que é tão atemporal: porque é inacreditavelmente bom. A viagem no tempo se repete neste domingo (10/10) na Apoteose, Rio de Janeiro. Até o Cristo deve bater palma.

(Juliana Resende/brpress)

Rush no Rio de Janeiro

Praça da Apoteose: R. Marques de Sapucaí, s/n.
Ingressos (meia-entrada válida para todos os setores):
Pista/Arquibancada: R$ 220
Pista premium: R$ 500
Bilheteria oficial Citibank Hall: Av. Ayrton Senna, 3000 – Shopping Via Parque, Barra da Tijuca.
À venda pelo site www.ticketsforfun.com.br e pelo telefone (11) 4003-0696.

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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