Technotronic: show problemático e nostálgico

(São Paulo, brpress) - O revival curioso dos anos 90 que duo prometia no Urban Music Festival teve de driblar problemas técnicos para dar à plateia sensação de "lembra dessa música?". Por Leonardo dos Anjos.

(São Paulo, brpress) – Uma das atrações mais curiosas do Urban Music Festival, que ocorreu no último domingo (29/05) foi o Technotronic, projeto belga que colocou a house music no topo das paradas pop mainstream no início dos anos 90. Em 2011, a formação do projeto é a dupla MC Eric e Ya Kid K, os dois principais vocalistas da época áurea do coletivo. Os dois se reuniram para comemorar os 20 anos de carreira com uma turnê.

Para os que tinham mais de 25 anos, entre os cerca de 12 mil presentes, este seria um show no mínimo nostálgico. Com o álbum Pump Up The Jam, o Technotronic foi onipresente no rádio entre 1989 e 1992. Era, em teoria, uma oportunidade de dançar as músicas que fizeram parte da infância da geração Y. Contudo, o show foi danificado por problemas técnicos sérios.

Com avarias na transmissão do som do laptop de MC Eric, o show começou com o som prejudicado, o que levou o músico a abandonar o palco por alguns minutos. Com os problemas resolvidos, o Technotronic começou, propriamente, o show. Todos os hits da banda estiveram no repertório, gerando uma constante sensação de “você lembra dessa?” na plateia.

O público vibrou com Get Up! (Before The Night Is Over), Move This, This Beat is Technotronic e claro, Pump Up The Jam. A verdadeira estrela do show é a rapper e cantora Ya Kid K, que prova suas habilidades de MC e performer com graça em cima do palco. MC Eric força um pouco a barra, e acaba se esforçando demais para roubar a cena; por vezes, desandando a falar muito.

Garimpo

Além dos sons próprios, MC Eric disparou alguns sucessos da dance music contemporâneos ao seu projeto. Se você estava presente no show e está tentando lembrar “qual foi aquela”, aqui vai uma ajuda: Killer, do Seal, Sweet Dreams (Are Made of This), do Eurythmics, e Show Me Love, de Robin S., foram alguns dos hits que o Technotronic reverenciou durante o set. Além destas, até o remix de Armand van Helden para Professional Widow, de Tori Amos, apareceu no concerto.

Fora de Contexto

Em resumo, ver o Technotronic versão 2011 é uma experiência divertida. Contudo, os problemas de som e a presença em um festival com artistas mais contemporâneos acabou prejudicando um pouco a performance do duo. Se a reunião durar tempo suficiente para mais uma passagem pelo Brasil, o jeito é torcer para um novo show acontecer em um local fechado (um clube de grande porte seria perfeito), onde, provavelmente, a proposta do grupo pode ser melhor apresentada.

(Leonardo dos Anjos/Especial para brpress)