Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

The Who em São Paulo: show impecável aos 53 anos de carreira. Foto: Rosa Freitag/brpressThe Who em São Paulo: show impecável aos 53 anos de carreira. Foto: Rosa Freitag/brpress

The Who em SP com acesso VIP

(São Paulo, brpress) - Vimos o show do ano, The Who, com acesso de convidado VIP. No lounge, espaço entre o palco e os camarins em que ficam amigos da banda, roadies e groupies, Rosa Freitag narra a emoção.

(São Paulo, brpress) – Conheci o The Who quando tinha uns 13-14 anos, meados dos anos 80, e já era considerada uma banda “antiga”, por ter surgido nos anos 60, porém altamente influenciadora e cativante. Nunca imaginei que os veria ao vivo em São Paulo, aos 53 anos de carreira – e com acesso VIP ao lounge da banda! Foi o primeiro show que fizeram na América do Sul, e com estrutura de primeiro mundo, no Allianz Parque. 

Na pista Premium, área separada em frente ao palco, sem aperto, com visão privilegiada e ingressos custando mais de R$ 700, a média de idade do público passava dos 40 anos. Grande sacada oferecer esse conforto pra tirar de casa gente “dessa idade” pra ir a um show de rock. 

Access All Areas

No meu tempo não tinha isso, mas éramos ‘xóvens’ e se espremer fazia parte da diversão. Meu ingresso de “Guest”, providenciado pela produtora da banda na Inglaterra, só perdia para o AAA (Access All Areas), e assim, antes do show pude frequentar o Band Lounge, aquela área entre o palco e os camarins onde groupies, fãs ardorosos e VIPs se concentram na esperança de ver de perto e tentar uma selfie com os ídolos. 

Porém, antes do show do The Cult, não havia mais ninguém nessa sala, e Ian Astbury, o vocalista da banda inglesa que abriu para o conterrâneo Who, passou por mim meio reticente, viu meu adesivo no peito “The Who Guest” e falou… “Ah, sim, o show é do The Who…” e seguiu tenso para o palco. 

Ele e o guitarrista Billy Duffy, único remanescente da formação original do Cult, desfilaram hits do final dos anos 80, como She Sells Sanctuary e Sweet Soul Sister, e apresentaram faixas do novo álbum, Hidden City. 

Pedindo agitação

No começo do show, Astbury não lidou muito bem com o fato da plateia estar lá esperando a próxima banda, e reclamou “This ain’t a fuckin’ library” (“Isso aqui não é uma biblioteca, porra!”). Depois disse que não parecia que estava no Brrrasilll, e pediu para todo mundo dançar. 

Com os dedos cobertos de esparadrapo, tocou e distribuiu vários pandeiros à plateia, que eventualmente correspondeu ao vigor que ele esbanjou, aos 55. Após o show, voltei para a sala VIP, que continuava vazia, e Astbury passou por lá rapidamente, com o mesmo jeito tenso, sem olhar pro lado. 

Quem é quem

A banda que acompanha os dois membros originais sobreviventes do The Who, Pete Townshend e Roger Daltrey, conta com Zak Starkey, filho do Beatle Ringo Starr, na bateria; Simon Townshend, irmão mais novo de Pete, na guitarra, e, para os shows no Brasil, o baixista Jon Button e nos teclados e backing vocals Loren Gold, Frank Simes e John Corey.

O show começou pontualmente às 21h30 com I Can’t Explain e The Seeker, mas foi com Who Are You que contagiou plateia, que colaborou, animada, com o coro “who-who, who-who”. The Kids Are Alright teve uma pegada mais lenta, mas as imagens projetadas no imenso telão atrás do palco com cenas das Vespas na estrada deram um tom de nostalgia emocionante.

Antes de I Can See For Miles, Townshend disse “we are sooo happy to be here with you”, e parecia estar mesmo de bem com a vida durante todo o show. Abriu a camisa branca para deixar a barriga de fora. Isso aos 72. 

Daltrey, um pouco mais sisudo, de óculos e camisa preta, está com 73 anos e segurou os vocais bem melhor do que eu esperava, acompanhando várias músicas na guitarra acústica. Na icônica My Generation, a frase “hope I die before I get old” tornou-se irônica, e ele cantou meio pra dentro. 

Quadrophenia e Tommy

Plateia animada novamente em You Better You Bet, uma trinca de músicas do álbum Quadrophenia: I’m One; The Rock, dando um toque prog ao show e com tributo nas imagens ao lendário baterista Keith Moon, e Love, Reign O’er Me, com interpretação sensacional de Daltrey. 

Em seguida, Townshend assume o vocal em Eminence Front, resgatada do álbum It’s Hard, de 1982. E as quatro do álbum Tommy: Amazing Journey, Sparks, Pinball Wizard e See Me, Feel Me… Daí escorreram lágrimas ao acompanhar o refrâo: “Listening to you I get the music / Gazing at you I get the heat / Following you I climb the mountain, I get excitement at your feet… Sim, era o The Who fazendo isso ao vivo! 

Pra finalizar, Baba O’Riley e Won’t Get Fooled Again. E ainda teve bis: 5:15 e Substitute – que não podia faltar. Daí, Pete Townshend colocou a guitarra no pedestal e implorou à plateia: “Go home”! 

Fui novamente para o Band Lounge e apareceram mais alguns convidados, mas nada dos artistas. Pete Townshend surgiu do lado de fora para entrar no carro que o levaria embora, quem correu conseguiu um relance. 

Quer saber: deixa ele ir descansar! Andando até a rua onde parei a Vespa, a unanimidade entre os comentários do público é de que foi um showzaço. São Paulo Trip, excelente começo, e Long Live Rock.

The Who toca no Palco Mundo, do Rock in Rio, neste sábado (23/09). 

(Rosa Freitag/Especil para brpress)

Assista a trecho da música Pimball Wizard ao vivo em São Paulo:

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate