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Telão incrível na nova turnê do U2Telão incrível na nova turnê do U2

U2 provoca tsunami de experiência + inocência

(Londres, brpress) - Todos os adjetivos são insuficientes para classificar a nova turnê do U2, iNNOCENCE+eXPERIENCE. Vimos o show na O2 Arena. Por Juliana Resende

(Londres, brpress) – Quente, turbulento, rock n’roll, político, lírico, belicoso, adorável, emocional, social, antropofágico, tecnológico, pós-pós-moderno… Todos os adjetivos são insuficientes para classificar a nova turnê do U2, iNNOCENCE+eXPERIENCE. A experiência do show foi ainda mais intensa na megaestrutura b  da O2 Arena, em Londres.  A Globo exibe, dia 30/12, um show desta turnê da banda em Paris, pós-ataques terroristas. 

    Bono decretou que aquela segunda-feira (26/10) seria transformada em sábado. E nos embalos dessa fábula hi-tech e visceral, a noite seguiu em Londres, como se não houvesse amanhã. Como se não houvesse mais fronteiras, como se todos fôssemos um só. One love. One life. To drag the past out.  Into the light. Too late. Tonight. Foram mais de duas horas de show.

    Em grande forma e harmonia, a banda destilou um repertório impecável, numa retrospectiva dos 35 anos bem rodados de estrada, intercalando m úsicas antigas e emblemáticas, como o primeiro single Out of Control, do disco Boy (1980), que abriu o show, Sunday Bloody Sunday, de War (1983), eternamente clamando justiça aos assassinados pelo exército britânico num protesto na Irlanda do Norte, e até uma belíssima versão acústica de October, do álbum homônimo de 1981, com direito a piano e uma performance vocal inesquecível. Ah, que outubro esse!

Aldeia global

   Refugiados, soldados, toda a vizinhança de Dublin, Belfast mais todos os cidadãos da aldeia global londrina reunidos ali – Bono até mencionou brasileiros na platéia… Éramos apenas um. Uníssono, União Europeia com as estrelas da bandeira substituídas por migrantes afogados num mar de referências. A crônica urgente do nosso tempo (ou a falta dele) –animações, a banda, as guerras, as gentes e as palavras num assemblage dadaísta que fazia todo o sentido – passando no impressionante telão de alta definição cujo comprimento era o mesmo da imensa passarela onde Bono e cia circulavam, quando o palco não explodia em Vertigo.

    Uma noite de vertigem, de amor e drama. É o que o U2 tem a oferecer: a experiência de tantos anos no showbiz, de carregar o pesado fardo da constante reinvenção não sem dor e prazer pairando na nuvem da efemeridade. Um circo pop, com Desire em versão funky e fã subindo no palco, dançando, cantando e até tocando (“Edge fica meio nervoso nessa hora”, entrega Bono, enquanto ‘estranhos’ dão uma canja com a banda). O velho mercado do rock provando que pode ser mais que entretenimento. Que pode fazer a revolução com a mesma inocência e fúria que tínhamos aos 16 anos.

O bis reservou uma surpresa extra: participação especial de Noel Gallagher, em I Still Haven’t Found What I’m Looking For, que virou All You Need Is Love, dos Beatles. Assista abaixo:

Assista a trechos do show da turnê do U2, iNNOCENCE+eXPERIENCE, na O2 Arena, em Londres, no Facebook e Instagram da brpress.

(Juliana Resende/brpress)

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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