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Pierre Baitelli e Malu RodriguesPierre Baitelli e Malu Rodrigues

Show de rock no século 19

(São Paulo, brpress) - Escrito no final do século 19, por Frank Wedekind, então com 27 anos, O Despertar da Primavera ganha eletrizante montagem brasileira. Por Lucianno Maza.

(São Paulo, brpress) – Escrito no final do século 19, por Frank Wedekind, então com 27 anos, O Despertar da Primavera é o maior sucesso do autor alemão. A estreia, apenas em 1906, causou polêmica graças às cenas polêmicas envolvendo um grupo de jovens de uma escola tradicionalista da Alemanha em tempo de forte opressão sexual.

    Temas como homossexualidade, masturbação, suicídio, aborto e o primeiro amor surgiam de forma revolucionária no texto: um retrato sensível da adolescência e da crise existencial pela qual passavam os personagens, alguns sucumbindo à ela. No texto, o autor demonstra ousadia e criatividade, além da influência do escritor, também alemão, J.W. Göethe.

    Werther e Fausto

    É interessante perceber como o discurso de seu protagonista, Melchior Gabor, evoca aos personagens Werther e Fausto, este citado nominalmente em cena –, e aponta horizontes que, mais tarde, seriam vislumbrados no expressionismo e no teatro épico germânico.

    A adaptação da obra, que recebe agora montagem do diretor cênico Charles Möeller e versão brasileira de Claudio Botelho, é um musical homônimo criado por Steven Sater, que estreou em 2006 na Broadway, alcançando grande sucesso, recebendo o Prêmio Tony de Melhor Espetáculo do Ano e outros sete troféus na mesma noite, o Grammy de melhor álbum musical, e outras importantes premiações.

    Um dos maiores estúdios do Estados Unidos pretende transformar o musical num filme, em breve.

Rock n’roll

    Com pegada de show e ótima presença de guitarras, algumas das músicas de Duncan Sheik têm a força de um clássico instântaneo do rock. As letras de Botelho para o português contam e refletem a história, mas não se registrem apenas ao contexto da cena – o que faz que funcionam muito bem fora do musical.

    Na montagem da Broadway, a encenação chamava atenção pela ruptura que propunha entre dramaturgia e música, com os personagens interrompendo as cenas dramáticas – algumas vezes congelando-a –, para executarem as canções com microfones de bastão na mão, remetendo a um grande show.

    Möeller cria lindos momentos, com grande sensibilidade, seja na criação de marcas e imagens ou na condução dos atores em suas cenas, que perdem, um pouco, apenas pela cenografia fria e não muito atraente.

Jovens talentosos

    O elenco se sai bem, a começar por Pierre Baitelli e Malu Rodrigues, que dão vida ao casal romântico: ele com grande vigor cênico e uma presença sedutora; ela com delicada interpretação e voz belíssima – uma verdadeira promessa para o mercado de musicais brasileiro.

Dentro do ótimo elenco, Rodrigo Pandolfo se destaca como o confuso amigo do protagonista. Sua composição é comovente e apresenta um cuidadoso trabalho vocal e corporal, cujo ápice da mescla de emoção e graça atinge em sua cena derradeira.

    Thiago Amaral tem rendimento interessante, com uma interpretação despojada de seu personagem arrogante. Representando diversos personagens adultos, Debora Olivieri está irrepreensível, transitando com total domínio por momentos cômicos e dramáticos, bem acompanhada por Eduardo Semerjian.

    Letícia Colin e Laura Lobo, surpreendem muito quando cantam e, juntas, realizam o melhor número musical. Completam o elenco Alice Motta, André Loddi, Bruno Sigrist, Clara Verdier, Danilo Timm, Eliane Porto, Estrela Blanco, Felipe de Carolis, Felipe Tavolaro, Gabriel Falcão, Lua Blanco, Mariah Viamonte e Thiago Marinho.

Sessões: sextas, às 21h30; sábados, às 21; e domingos, às 18h.

Ingressos: R$ 60,00.

Teatro Sérgio Cardoso – Rui Rui Barbosa, 153; (11) 3288-0136

(Lucianno Maza, do Caderno Teatral/Especial para brpress)

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