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Raquel KibritRaquel Kibrit

Mesmo com Brexit, Reino Unido continua ‘sexy’ para empresas

(São Paulo brpress) - Segundo dados do UKTI Brasil, não houve diminuição de procura pelo país para internacionalização de empresas brasileiras – tema de palestra na Feira do Empreendedor. Por Juliana Resende.

(São Paulo brpress) – Apesar das dúvidas e receios que tem gerado, o Brexit – a saída do Reino Unido da União Europeia, que deve ser concluída até 2019  – não parece ser um impedidor dos planos de internacionalização de empresas brasileiras a partir da abertura de uma filial em solo britânico. Foi o que informou a gerente no Brasil do UK Trade and Investment (UKTI), órgão de fomento aos negócios no Reino Unido, Raquel Kibrit, durante palestra, na Feira do Empreendedor 2017.

Acompanhada da assessora da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em São Paulo, Sophia Costa, Kibrit explicou as vantagens e desafios da internacionalização via Reino Unido, ressaltando a importância do planejamento estratégico para dar essa passo. Considerando recursos humanos e financeiros com fôlego médio de três anos, 100 empresas brasileiras independentemente do porte e atividade partiram para o Reino Unido. O UKTI oferece consultoria grátis.

Tamanho não é documento

Da Odebrecht ao e-commerce de lingerie e moda praia Donna Flor, passando pela consultoria financeira Dorset, parceira dos negócios de Jamie Oliver no Brasil, o que atrai empresas brasileiras a ter operações no Reino Unido é a solidez econômica em um ambiente fiscal sério e desburocratizado, onde é possível planejar sem os habituais percalços brasileiros. Lá abre-se uma empresa em menos de 24 horas e  movimenta-se conta bancária em diversas moedas – não apenas em libras.  

“Londres é e deve continuar sendo um centro financeiro global – e não só uma porta de entrada para a Europa, como para todo o mundo, incluindo Ásia e Oriente Médio, além dos EUA”, argumenta Kibrit, apoiada pelo testemunho de Ricardo Maluf, CEO da Dorset, que deu rico depoimento sobre como operar entre Brasil e Reino Unido atendendo mercados  e clientes internacionais. 

“Os custos para a abertura de empresa no Reino Unido são bem mais baixos que no Brasil – mesmo em libras”, ressalta a advogada brasileira radicada em Londres Vitória Nabas, sócia-fundadora da Nabas Legal, fornecedora de serviços jurídicos nas áreas tributária e imigratóriapara empresas brasileiras que se internacionalizam a partir do Reino Unido. “A desvalorização da libra que se seguiu após o Brexit tornou a operação ainda mais atraente”, completa. 

No entanto, mesmo com a libra na casa dos R$ 4 ainda é extremamente vantajoso obter contratos na moeda britânica e produzir no Brasil, com mão de obra brasileira. No Reino Unido, é necessário ter um representante legal da empresa (que pode ser um funcionário local ou mesmo um sócio brasileiro que não seja majoritário). O UKTI orienta sobre como obter vistos de negócios para trabalhar no Reino Unido. “Aqui na Nabas atendemos a solicitações sobre isso semanalmente. Podemos dizer que a demanda tem aumentado”, diz Vitória Nabas. 

Custos

Os impostos britânicos são mais aceitáveis que os brasileiros e lá paga-se uma alíquota de 19% (a partir de abril de 2017) sobre o lucro (se houver) – não há acordo de bitributação entre o Reino Unido e o Brasil, portanto, é necessário ter contabilidades separadas, assim como imposto de renda declarado em ambos os países. Contador só é necessário quando a empresa tiver volume de negócios. No início, tudo pode ser feito online pelo próprio empresário ou funcionário. 

“Há inúmeros recursos que possibilitam a chamada soft landing (“entrada facilitada”, em tradução não literal), como espaços de co-working e pacotes de serviços on demand. O importante é ter um plano de negócios que aponte os caminhos para a viabilidade da operação internacional”, avisa Kibrit. Com leis trabalhistas mais flexíveis que no Brasil e mão-de-obra altamente qualificada, Londres ainda é o local mais atraente para a internacionalização no Reino Unido. 

Reputação e competência

“Mas outras cidades podem oferecer vantagens, como Manchester, o maior pólo de TI do Reino Unido, onde você tem duas estações de trabalho pelo preço de uma”, informa Kibrit. “A natureza liberal do país e sua tradição comercial faz tudo parecer mais acolhedor para os negócios”, diz Maluf, da Dorset. “Um dos principais ativos que uma empresa ganha ao operar no Reino Unido é reputação”. 

Para usufruir desse ambiente próspero, no entanto, é preciso preparo. “Falar inglês e estar habilitado tecnicamente para efetuar operações internacionais é fundamental”, lembra Sophia Costa, da Apex Brasil, que, por meio do Projeto de Extensão Industrial Exportadora (Peiex), capacita, gratuitamente, empresários brasileiros com perfil para internacionalização. “Depois disso e de definida a estratégia, só recomendo mais uma coisa: coragem!”, ensina o CEO da Dorset.

 (Juliana Resende/brpress)

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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