Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Washington Olivetto fala da mudança radical que a publicidade deve encarar pós-pandemia. Foto: Alexandre SeveroWashington Olivetto fala da mudança radical que a publicidade deve encarar pós-pandemia. Foto: Alexandre Severo

‘Marcas têm de ter uma atitude verdadeira’, diz Olivetto

(Londres, brpress) - Publicitário fala da mudança radical que a publicidade deve encarar nos próximos meses, além das lições que o mundo pode tirar para a vida pós-pandemia ao Provocações, da TV Cultura. Por Juliana Resende.

(Londres, brpress) – O publicitário Washington Olivetto mora em Londres desde 2017, mas não desconectou do Brasil, onde foi e ainda é o publicitário-empreendedor mais bem sucedido e influente. Seu ‘alô, alô (WBrasil)’, como na canção de Benjor, seria dado pessoalmente esta semana, quando viria ao país para resolver assuntos pessoais e dar entrevista ao programa Provocações, da TV Cultura, no ar hoje (14/04), às às 22h15, também no YouTube. 

Não que Olivetto não tenha know-how em confinamento. Como ele mesmo cita num artigo recém- escrito para o Clube de Criação de São Paulo, reproduzido pelo Brazil Journal, “posso dizer que espertamente tenho me comportado de um jeito parecido com o que me comportei entre 11 de dezembro de 2001 e 2 de fevereiro de 2002 (os 53 dias em que foi sequestrado e mantido em cativeiro – um cômodo de 3×1 metro –, vigiado por supostos integrantes do Movimento Esquerda Revolucionária, o MIR, chileno).

Gal, Santana e Chic

No papo provocativo, por videoconferiencia, Olivetto fala da mudança radical que a publicidade deve encarar nos próximos meses, além das lições que o mundo pode tirar para a vida pós-pandemia. A dele já mudou bastante desde o final de março: shows Gal, Santana e Chic, que veria em Londres, foram para o beleléu; jantares com amigos – incluindo Gal Costa – idem; idas a restaurantes nem se fala, É a nova (e “boring”) ordem mundial.  

Porém, o tédio dá lugar à inquietação – e ao salve-se quem puder em meio ao nocaute da economia. A roda que gira o mercado parou, e o que parecia emperrado há três semanas, parece que esgarçou de vez – um pouco fora de moda, como aquele primeiro sutiã.  Olivetto é categórico ao afirmar  que “agora não é hora de vender, é hora de informar. Agora não é hora de persuadir, é hora de prestar serviço. As empresas que fizerem isso sairão mais fortes desse momento”. E também que só os grandes e independentes geniais sobreviverão. “Qualquer coisa no meio deles tende a desaparecer”.

Atitude verdadeira

Nessa toada, o homem das mil e uma utilidades duas vezes eleito o publicitário do século, considerado uma das 25 figuras-chave da publicidade mundial pela revista britânica Media International, ganhador de mais de 50 Leões (troféus) do Festival de Publicidade de Cannes, arrisca um jab duplo nos marqueteiros de plantão: “As marcas têm de ter uma atitude verdadeira, atitude de participação mesmo, não pode ser só um pouquinho”, disse ele a Marcelo Tas, apresentador do Provocações. 

“Isso tem de estar atrelado a um gesto real, não pode parecer só um truque mercadológico”, ressalta. Sobre o papel da publicidade durante a pandemia do coronavírus, Olivetto manda a receita que sempre o pautou como criativo: “O mais importante na comunicação é saber encantar e seduzir”. Ou seja: mimimi, baixo astral, campanhas sem alma, sem cor, sabor e, principalmente, sem humor não vão colar. Ou engajar, amo prefere a era internética das redes sociais.

Pra cima

“A tese defendida particularmente por consultorias de que o mais importante no negócio da comunicação é saber mensurar os resultados vai perder seu breve reinado”, prevê o fundador da W/GGK, em 1986, que depois se transformaria na icônica W/Brasil. “Consumidores preferem comprar de empresas bem-humoradas”, acredita. “É como na vida real: pessoas preferem se relacionar com gente pra cima”.

Se a gente, o mercado, o mundo e o escambau estaremos neste mood quando a pandemia acabar, aí já são outros 500. “Espero que tenhamos um mundo menos poluído e poluente… E uma publicidade menos poluída e poluente”, tergiversa o senhor de quase 70, cada vez mais londrino, pegando o sobretudo e a boina para aquela sagrada caminhada no parque – quando isso ainda era possível antes do lockdown ser decretado no  terceiro país mais afetado pelo novo coronavírus da Europa. Medo? “O medo baixa a imunidade”. 

(Juliana Resende/brpress com informações o UOL e do Brazil Journal)

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate