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Obra da extrema direita

(Londres/Genebra, brpress) - Atentado, pior ato de violência sofrido pela Noruega depois da invasão nazista e maior tragédia cometida na Europa em sete anos, é sintoma disso. Por Isaac Bigio e Rui Martins.

(Londres/Genebra, brpress) – A Noruega foi estremecida por dois atentados terroristas. No primeiro, às 15h26 (hora local) da última sexta-feira (22/07), uma poderosa explosão no centro de sua capital, Oslo, destruiu a fachada do edifício onde despachava o primeiro ministro Jens Stoltenberg (que saiu ileso) e de outros prédios na redondeza.

Depois, um atirador disfarçado de policial – Anders Behring Breivik, 32 anos, um típico escandinavo, fundamentalista cristão, anti-Islã, de extrema-direita – disparou contra dezenas de jovens que participavam de um acampamento do Partido Trabalhista (do atual governo, que o primeiro-ministro pretendia visitar no dia seguinte), na Ilha de Utøya.

Até às 14h30 (horário de Brasília), o número de mortos nos dois atentados era de 93. Cerca de 97 pessoas estão feridas. Breivik confessou ter cometido ambos os atentados por “necessidade” e sozinho, divulgando um manifesto que, em muito, lembra aquele de Theodore Kaczynski, autodenominado Unabomber, segundo o jornal norueguês VG. A polícia acredita que há mais envolvidos: já prendeu seis pessoas, soltas por falta de provas.

Este é o pior ato de violência sofrido pela Noruega depois da invasão nazista, durante a II Guerra Mundial. Os atentados nada têm a ver com a Al-Qaída e estariam ligados à crescente ascenção das antigas ideologias racistas neonazistas. Atualmente, os extremistas de direita constituem a segunda força política na Noruega, contrários ao aumento de imigrantes verificado nos últimos anos. Uma tendência que vem se afirmando nos países nórdicos, da Dinamarca à Suécia e que preocupa as lideranças européias.

Noruega

Esta nação de cinco milhões de habitantes é um dos países mais estáveis e pacíficos da Europa. Embora não seja membro da União Europeia, o é da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Não é uma ativa potência militar e é um dos poucos países da Europa ocidental que carece de colônias e ex-colônias associadas ao país.

A possibilidade de que haja um grupo violento de extrema direita por trás dos atentados é factível devido a que o alvo dos ataques foi o governo e o Partido Trabalhista. O primeiro-ministro Jens Stoltenberg teve uma juventude muito radical e é um dos poucos líderes europeus que governa em uma coalisão com verdes, socialistas e comunistas.

Um dos edifícios afetados foi o do diário VG que, em 1995, denunciou Stoltenberg e a juventude trabalhista por captar fundos públicos ilegalmente. Daí que os autores do atentado devem ser gente que está não apenas contra o executivo norueguês, mas também da oposição.

Pelo tipo de ataque (brutal violência indiscriminada contra civis, visando castigar e gerar pânico e não o apoio de um setorte da população), o mais provável é que se trate de um grupo fundamentalista.

Islã

Embora a possiblidade de um grupo de extrema direita interno ter realizado os ataques seja a mais cogitada, a Noruega tem vários fatores que podem ocasionar um ressentimento de terroristas islâmicos. Este país tem uma pequena presença no Afeganistão. São 500 homens em uma cidade no norte do país, onde não há maior atividade dos talibãs.

Um de seus diários imprimiu as caricaturas que debochavam de Maomé, e que tanto enfureceram milhões de muçulmanos. Outro fator é a presença do Mullah Krekak na Noruega, desde 1991, (onde se abrigou após fugir do regime de Saddam Hussein), fundador do grupo miliciano sunita Ansar al-Islam e hoje considerado persona non grata neste país e que ameaçou matar políticos noruegueses caso fosse deportado.

(Isaac Bigio, de Londres/Especial para brpress, com Rui Martins, de Genebra/Especial para brpress)

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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