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Mea culpa

(Londres, brpress) - Cheguei a pensar que era o fim de uma vitoriosa geração do vôlei feminino brasileiro. Enganei-me. Mais: bastidores, frase e marmelada? Por Márcio Bernardes.

Márcio Bernardes*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – Eu estava decepcionado com a seleção feminina de vôlei. Vi duas partidas aqui em Londres que me deixaram estarrecido. Acho que não fui só eu. Conversei com o técnico José Roberto Guimarães e ele também estava decepcionado.

   As partidas contra Estados Unidos e Coreia do Sul mostraram um time que nem parecia o atual campeão olímpico. Sem força, motivação, técnica e um jogo inacreditável. Cheguei a pensar que era o fim de uma vitoriosa geração. Cheguei a escrever que o time estava mal, muito mal.

   Na última terça-feira (07/08), tive o prazer de ver a vitória brasileira sobre a Rússia. Não só a vitória, mas a determinação, o comprometimento, a volta da técnica e da tática, a vibração, o mesmo jeito que fez desse time o campeão há quatro anos em Pequim.

   O conjunto brasileiro foi bambambã. As jogadoras se superaram e mostraram que o adversário, nosso algoz em Atenas e no último Mundial, poderia ser batido.

Tantas emoções

   Estou vivendo grandes emoções esportivas aqui em Londres. A derrota do basquete masculino para a Rússia, as vitórias de Usain Bolt, o Dream Team americano de basquete são algumas delas. Já incluí também essa fantástica partida de vôlei.

   Sei que nesta quinta (09/08) teremos uma parada duríssima contra o Japão. Se passarmos, vem de novo esse timaço norte-americano. Mas tudo bem! Já fiquei feliz com essas meninas. Independente da medalha de ouro.

OLÍMPICAS

Islâmicas
   A palestina Woroud Sawalha e a saudita Sarah Attar foram desclassificadas na primeira seleção dos 800m, mas deixaram o estádio Olímpico aplaudidíssimas.
    É a primeira vez que duas mulheres competem seguindo as normas do Islã: cabeça e braços cobertos. Foi diferente e as barreiras estão sendo vencidas.

Saci chinês
   Passa bem e deverá ser operado, aqui em Londres mesmo, o corredor chinês, Liu Xiang. Na prova de 110m, ele se chocou com a primeira barreira e teve o tendão do joelho atingido.
    Foi outra cena emocionante: ele terminou a prova pulando que nem Saci e foi ovacionado pelo público, que reconheceu sua dor e seu esforço.

Rede
   O vôlei masculino brasileiro passou fácil sobre a Argentina, como se esperava. A equipe de Bernardinho está consciente que nas duas próximas partidas vai encontrar pedreira.
    A primeira será contra a Itália, que venceu os Estados Unidos. E sem Vissotto, que teve contusão na virilha. O grupo está confiante e enxergando medalha.

Navegando
    A sede do Comitê Organizador desta Olimpíada fica em um prédio futurista à margem do Rio Tâmisa, perto da London Bridge. Lá também está instalado o Comitê Olímpico inglês, que está competindo, pela primeira vez, como Grã-Bretanha.
    Ontem fizemos um tour pelo local e as preocupações iniciais com um evento desse porte estão afastadas.

FRASES

   “O Brasil é o maior candidato a medalha de ouro no vôlei masculino e feminino”. Javier Weber, técnico da Argentina. Quem diria, hein?!

   “Estão cobrando até R$ 10 mil por um ingresso”. Mário Uemura, da Embaixada brasileira em Tóquio, fanático por futebol, inconformado aqui em Londres com os cambistas em Wembley.

   “O México não é galinha morta.” Mano Menezes, valorizando o adversário deste sábado (11/08).

   “A Vila Olímpica será o bairro mais moderno de Londres”. Sebastian Coe, presidente do Comitê Organizador, enaltecendo o legado para a cidade.

TOQUE FINAL

Corpo mole e marmelada

   Várias suspeitas foram levantadas nesta Olimpíada. Apenas uma foi provada: o time chinês de badminton foi mandado embora, porque a Federação Internacional da modalidade constatou uma marmelada contra a Polônia.

   Por conveniência de classificação no chaveamento, algumas equipes eventualmente podem amolecer um jogo, porque não enfrentarão provável forte adversário na fase seguinte ou na semifinal.

   O Brasil acusou publicamente o handebol feminino da Noruega, que por sinal, nos tirou prematuramente da Olimpíada. Nada ficou provado, nenhuma providência foi tomada e a história vai registrar para sempre essa suspeita.

   O basquete masculino da Espanha fez um jogo muito estranho contra o Brasil e não enfrentará a seleção americana na semifinal. Comenta-se que a equipe ficou felicíssima com isso. Mas nada foi provado também. A Espanha, por sinal, está na final, depois de vencer a França, por  66 a 59, sem suspeita de marmelada.

   Falou-se em outros “arranjos” em outras modalidades; no futebol, no vôlei e no ciclismo. Mas só especulação. Prova com fatos ou testemunhas não houve.

   Isso é muito ruim para o prestígio dos Jogos Olímpicos e para o esporte de uma forma geral. O Barão de Coubertin sempre é invocado, porque quando criou a competição pensou na pureza e beleza do esporte.

   O Comitê Olímpico Internacional está atento. E seu presidente, o belga Jacques Rogge, afirma que a entidade será implacável, como está acontecendo com os casos de doping que são provados, para o caso de uma marmelada.
 

 (*) Comentarista veterano de esportes, com diversas Copas e quatro Olimpíadas no currículo, Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio, professor universitário e colunista da brpress. Fale com ele pelo email [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou Facebook. Durante os Jogos Olímpicos de Londres, esta coluna será diária.

Márcio Bernardes

Comentarista veterano de esportes, com diversas Copas e Olimpíadas no currículo, Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio e sua coluna foi licenciada pela brpress ao Yahoo Brasil.

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