Marques passa bola a Nelson

(São Paulo, brpress) - Autor de O Futebol em Nelson Rodrigues, que completaria 100 anos, fala sobre crônica esportiva, sábado (25/08), no Museu do Futebol.

(São Paulo, brpress) – José Carlos Marques, autor de O Futebol em Nelson Rodrigues, que completaria 100 anos nesta quinta (23/08), dá palestra O Cronista e a Bola, sábado (25/08), 10h, no Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu, Auditório Armando Nogueira, com entrada gratuita.

    Marques, que foi árbitro profissional e é líder do Grupo de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol (Gecef), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e integrante do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol e Modalidades Lúdicas (Ludens), da USP, fala ao público sobre a contribuição do dramaturgo para a crônica de esportes e o jornalismo esportivo brasileiro.

Identidade cultural

    O especialista também debaterá se hoje, dentro da cobertura esportiva brasileira, Nelson teria espaço para suas crônicas ou não. Marques mostra como o jornalista incorporou, em seus textos sobre futebol, aspectos da cultura brasileira que se relacionam com parte significativa da produção socioantropológiga nacional, a partir de autores como Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Darcy Ribeiro e Roberto Da Matta.

    Dentro do Museu do Futebol, Nelson Rodrigues – torcedor fanático do Fluminense – está na Sala dos Heróis, que mostra como o futebol se inseriu como um elemento de afirmação nacional nos anos 20 e 30, quando a força do rádio disseminava a arte, a música e a política.

Apropriação

    O espaço descreve o período em que os jogadores passam a ganhar papel de destaque na sociedade e o futebol vira fenômeno cultural. Além de Nelson, também encontram-se no ambiente outras pessoas que ajudaram a construir a identidade brasileira, inclusive no futebol: Domingos da Guia, Leônidas da Silva, Cândido Portinari, Carlos Drummond de Andrade, Tarsila do Amaral, Monteiro Lobato, Carmem Miranda, Jorge Amado, entre outros.

    Na Sala Números e Curiosidades, placas gigantes e supercoloridas apresentam, em linguagem de almanaque, um trajeto entre números, táticas, datas, história e superstições. São números e estatísticas para ver, sentir, participar e, como não poderia deixar de ser, em se tratando de futebol, discutir. Nelson Rodrigues aparece na seguinte frase: “Os jornais ingleses dizem do nosso futebol textualmente o seguinte: devia ser proibido jogar tão bonito”.