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Elisabeth Moss: papéis femininos fortes contrastam com cientologia. Foto: JUCO/VultureElisabeth Moss: papéis femininos fortes contrastam com cientologia. Foto: JUCO/Vulture

Elisabeth Moss: entre #Time’sUp, cientologia e O Conto de Aia

(brpress) - Atriz inspirou-se em trecho do livro/série O Conto de Aia ao ganhar o Globo de Ouro, ressaltando ascensão das mulheres em todas as áreas. Mas foi chamada de "hipócrita" por ser da cientologia.

(brpress) – A atriz americana Elisabeth Moss inspirou-se em Margaret Atwood, autora de O Conto de Aia (The Handmaid’s Tale) ao ganhar o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Série (Drama), ressaltando a ascensão das mulheres em todas as áreas. Mas foi chamada de “hipócrita” no Twitter por ser da cientologia, religião conhecida pelo conservadorismo e não apreço à igualdade e diversidade.

Num Globo de Ouro marcado por mulheres de preto, símbolo da campanha Time’sUp, em protesto contra o assédio sexual sistemático em Hollywood – prática revelada por denúncias em série sobre a conduta do poderoso produtor Harvey Weinstein, no final do ano passado –, Moss tirou um papel do bolso e leu um trecho do livro de Atwood, a la Peggy Olson, a ambiciosa, inteligente e feminista secretária tornada redatora de Mad Men (papel pelo qual foi indicada ao Globo de Ouro em 2011, mas não ganhou).

“Nós éramos as pessoas que não estavam nos jornais. Vivíamos nos espaços em branco, nas beiras das páginas impressas. Isso nos dava mais liberdade. Vivíamos nos espaços entre as histórias”. Após ler o trecho, Moss agradeceu Atwood por falar contra a intolerância e a injustiça, e disse que as mulheres não vivem mais nas beiras das páginas, nem nos espaços em branco, mas sim são as histórias e escrevem as histórias.

Os EUA de Trump?

E a história de O Conto de Aia – disponível no Brasil somente em livro (Editora Rocco), por enquanto – é forte e uma crítica a regimes totalitários e fundamentalistas. Qualquer semelhança com os EUA de Donald Trump não é mera coincidência. Transformada em série de 10 capítulos, está dando o que falar. 

The Handmaid’s Tale foi filmada em Toronto (Canadá, país em que Atwood nasceu) e produzida pelo serviço de streaming Hulu (concorrente do Netflix) e pela MGM Television. O romance distópico de Margaret Atwood lançado 1985 (agora de volta à lista de best sellers da Amazon) se passa num futuro em que os Estados Unidos se tornaram um aterrorizante patriarcado fundamentalista onde as mulheres perderam seus direitos e as poucas que ainda são férteis são aprisionadas e convertidas em meras reprodutoras.

Protagonismo

No papel central está Moss, com sua June Osborne, chamada simplesmente de Offred, em seu primeiro grande projeto desde que Mad Men terminou, em 2015. Como muitas outras mulheres jovens e férteis nesta nova ditadura teocrática  que vem a ser a América, a personagem de Moss dá filhos para as famílias estéreis da elite. O figurino da personagem foi utilizado por ativistas na Marcha das Mulheres e contra a lei antiaborto no Texas: batina vermelha e chapéu branco, estilo Noviça Rebelde. 

Moss diz à Vulture que gosta de bons textos e que, por isso, conseguiu papéis de destaque nas melhores séries: depois de Mad Men, ela viveu a detetive Robin Griffin, em Top of the Lake, que lhe rendeu o primeiro Globo de Ouro, em 2014, cuja personagem foi criada por Jane Campion (de O Piano) sob medida para ela. No teatro não tem sido diferente da TV. Moss foi indicada ao Tony por sua atuação em The Heidi Chronicles, encenada na Broadway, como uma mulher solteira dedicada à sua carreira e sua relação com o feminismo nos anos 80.

Paradoxo

Com estes papéis femininos contestadores e marcantes, fica difícil entender como Elisabeth Moss possa ser cientologista e defender os dogmas desta estranha e fechada religião. Foi o que ela fez após a estreia de O Conto de Aia, comparado à cientologia por um fã, numa rara manifestação da atriz sobre sua relação com a igreja. “Liberdade religiosa, tolerância e compreensão da verdade e direitos iguais para cada raça, religião e credo são extremamente importantes para mim”, disse. 

Elisabeth Moss está em cartaz nos cinemas brasileiros com The Square – A Arte da Discórdia (2017). No filme, um gerente de museu está usando de todas as armas possíveis para promover o sucesso de uma nova instalação. Por isso, ele decide contratar uma empresa de relações públicas para fazer barulho em torno do assunto na mídia. Mas, inesperadamente, isso acaba gerando diversas consequências infelizes e um grande embaraço.

ATUALIZAÇÃO EM 12/01/18 – Elisabeth Moss também ganhou o Critic’s Choice Awards de Melhor Atriz de série dramática por O Conto de Aia, vencedora da categoria e de Melhor Atriz Coadjuvante (Ann Dowd).

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