Mulheres renovam eleições nos EUA
(brpress) - Alexandria Ocasio-Cortez, a mulher mais jovem no Congresso, junta-se à Stacey Abrams, que pode ser a primeira governadora negra dos EUA, à lésbica Lupe Valdez e à trans Christine Hallquist, na oposição a Trump.
(brpress) – A participação popular nas eleições legislativas dos EUA, em 06/11, já é notícia – houve um recorde no comparecimento às urnas apesar de votar não ser obrigatório nos EUA. Além disso, o papel das mulheres está mais forte do que nunca. Entre os fatores que contribuíram para isso estão a campanha contra o assédio sexual e também a nomeação de Brett Kavanaugh à Suprema Corte, apesar das acusações de assédio que pairavam sobre o seu nome. Por falar em nome, grave este: Alexandria Ocasio-Cortez.
Aos 29 anos, a democrata socialista descendente de porto-riquenhos, ativista e educadora, que trabalhou na campanha de Bernie Sanders à presiência dos EUA em 2016, se tornou a mulher mais jovem eleita para o Congresso. Sua campanha, financiada somente por doações de pessoas físicas – Ocasio-Cortez é a única a não aceitar financiamento corporativo –, começou falando a mulheres sobre “mulheres como eu, que não poderiam supostamente concorrer ao Congresso”.
Ocasio-Cortez garantiu sua vaga entre os 435 assentos da Câmara dos Representantes (espécie de Câmara dos Deputados, no Brasil) pelo que defende e pela mídia que está conseguindo, além do endosso dos eleitores de Nova York e de boa parte da centro-esquerda americana e de organizações como MoveOn, Justice Democrats, Brand New Congress, Black Lives Matter and Democracy for America.
Mais representaividade
Atualmente, as mulheres representam apenas 20% das cadeiras no Congresso dos EUA, mas a expectativa é a de que esse percentual aumente. Segundo pesquisa da CNN, 256 mulheres se qualificaram para disputar os cargos no Congresso. 234 concorrem a um assento na Câmara dos Representantes e 22 no Senado. Em âmbito estadual, nada menos que 16 estão concorrendo a governos.
O Partido Democrata é o que registrou o maior número de candidatas. Nas disputas estaduais, a democrata Stacey Abrams, da Georgia, teve uma disputa acirrada com o republicano Brian Kemp e, por 0,5 ponto prercentual, não se tornou a primeira mulher negra governadora da história do país. A batalha entre o Kemp de Trump e a representante afro-americana democrata Abrams simboliza muito das divisões mais profundas da América.
No Texas da “Betomania” – como é chamada a onda democrata procovada pelo deputado candidato ao Senado Beto O’Rourke –, outra democrata, Lupe Valdez, latina, lésbica, ex-xerife do Texas, onde nasceu numa família imigrante mexicana, foi a segunda mais votada para o governadora. Em Vermont, Christine Hallquist, ex-CEO da Vermont Electric Cooperative (VEC) por 12 anos, viu a chance de se tornar a primeira governadora transexual ficar para a próxima, com a eleição do republicano Phill Scott.
Minorias eleitas
Outras mulheres representantes de minorias foram eleitas e merecem atenção. A deputada democrata Ilhan Omar (Ilhan Omar for Congress), muçulmana, somali que chegou ao país como refugiada, aos 8 com a mãe, fugindo da guerra; Rashida Tlaib (Rashida Tlaib For Congress) também muçulmana, de origem palestina e democrata, vitoriosa no 13º distrito do Michigan com 88,7% dos votos; as primeiras deputadas de origem indígena, a ativista Deb Haaland (Deb Haaland for Congress) pelo 1º distrito do Novo México com 59,1% dos votos, e #ShariceDavids, advogada e ex-lutadora de MMA, pelo 3º distrito do Kansas; Marsha Blackburn, republicana que representa o 7º distrito congressional do Tennessee, se tornou a primeira senadora do estado – apesar de Taylor Swift ter apoiado publicamente o oponente da candidata, o ex-governador democrata Phil Bredesen.
Assista ao vídeo de campanha de Alexandria Ocasio-Cortez, para as eleições 2018:
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