Women For Election coloca mulheres lá
(São Paulo, brpress) - Michelle O’Donnell Keating, presidente e fundadora do Women For Election, fala sobre como organização fomenta participação feminina em eleições.
(São Paulo, brpress) – Elegemos duas vezes a primeira mulher presidente do Brasil. Mas, segundo dados compilados pela Inter-Parliamentary Union – associação dos poderes legislativos de todo o mundo –, no Brasil, pouco mais de 10% dos deputados federais brasileiros são mulheres. Ocupamos o 154º lugar entre os 193 países do ranking que elenca a participação de mulheres na política, elaborado pela associação, à frente apenas de alguns países do Oriente Médio e das Ilhas Polinésias.
Nos primeiros lugares, destacam-se sociedades infinitamente mais igualitárias entre os sexos: países nórdicos (Islândia, Noruega, Suécia, Finlândia e Dinamarca), seguidos por países que implementaram cotas para mulheres nas cadeiras no Parlamento – entre eles, a Irlanda, que está em 81o. lugar. “É óbvio que ainda temos muito trabalho a fazer”, diz Michelle O’Donnell Keating, presidente e fundadora do Women For Election, organização irlandesa que luta por mais participação das mulheres na política.
Keating foi uma das palestrantes do evento gratuito POW3R – Mulheres na Tecnologia, Negócios e Política, promovido pelo Consulado da Irlanda e pela Assessoria Especial para Assuntos Internacionais (AEAI) do governo paulista, nesta terça (12/12), das 14h30 às 19h, no MIS.
“Somos 22% de mulheres no Parlamento irlandês (chamado Dáil) hoje em comparação a 15% em 2011”, compara. “Os números não deixam dúvidas que as cotas, introduzidas na Irlanda em 2016 obrigando os partidos a terem no mínimo 30% de candidatos femininos [caso contrário perdem 50% das verbas do fundo eleitoral], ajudam. Mas estão longe de ser um mecanismo suficiente”.
Outros encorajamentos
Para garantir a participação de mulheres na política, é preciso também de apoios adicionais, como programas de treinamento e redes políticas de mulheres. É aí que o Women for Election tem um papel importante. “Como uma organização sem fins lucrativos e não partidária, queremos ver mais mulheres na política e queremos criar a oportunidade de ajudá-las a se preparar para concorrer”.
O Women for Election lançou uma campanha de crowdfunding para arrecadar €50 mil. Os fundos subsidiarão treinamento de 300 mulheres para se candidatarem. A campanha também visa incentivar mais mulheres na política. “Treinamos mais de mil mulheres desde a nossa fundação, em 2012”, contabiliza Michelle Keating. Das 194 mulheres que obtiveram assentos nas eleições irlandesas locais em 2014, 50% foram treinadas pelo Women for Election, enquanto na eleição geral de 2016, 40% das parlamentares eleitas passaram pelo programa.
Escola política
Ministrados por uma variedade de especialistas, os programas abrangem todos os aspectos das campanhas políticas, incluindo a construção de equipes para campanha comprometidas, planejamento e administração eficazes, captação de recursos e orçamentos, desenvolvimento de mensagens e metas, habilidades de apresentação e gerenciamento de mídia.
Pretendemos inspirar as mulheres a considerar uma carreira na política, a equipá-las com as ferramentas e técnicas para se eleger e para informá-las sobre os benefícios de se tornarem politicamente ativas”, diz Michelle. “Também estamos exortando as pessoas a encorajar suas amigas, colegas e familiares com qualidades que eles acreditam fazer a diferença na política a se candidatar. E para lembrá-las de que, se não concorrem, não podem vencer.”
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(Juliana Resende/brpress)
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