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Cameron, Brown e Clegg

(Londres, brpress) - No pleito desta quinta (06/04), não apenas se espera que haja um Parlamento sem maioria absoluta e não só duas, mas três forças de peso. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – Tive a oportunidade de ver, conversar por alguns minutos e apertar as mãos de todos os três lideres dos três grandes partidos britânicos. Na reta final das eleições mais inusitadas e difíceis no Reino Unido, desta geração e possivelmente de sua história, é a primeira vez que a corrida pelo governo não se dá entre dois, mas entre três concorrentes.

 No pleito desta quinta-feira (06/04), não apenas se espera que haja um Parlamento sem que ninguém tenha maioria absoluta (coisa atípica em um sistema desenhado para garantir a “ditadura do partido vencedor” durante todo seu mandato) como também que este já não tenha duas, mas três forças de peso.  Da maneira como estão as coisas, nenhum dos partidos poderá aplicar plenamente seu programa, pois dependerá do controle de mais de 50% da Câmara dos Comuns, já que uma forma de acordo ou coalizão será necessária.

Propostas

 O conservador David Cameron pleiteia uma política econômica mais pró-monetarista e distanciar-se ainda mais do federalismo europeu. Porém,  apenas poderia governar pactuando com os liberais, os quais propõem receitas econômicas inspiradas em Keynes e são europeístas.

 Enquanto Cameron e o atual primeiro-ministro e candidato trabalhista Gordon Brown impulsionaram a guerra do Iraque e os programas de armamento atômico, o liberal democrata Nick Clegg (de quem ambos necessitariam para poder governar) rechaça esta invasão e quer eliminar os gastos com submarinos nucleares.

 Encontros

 O encontro com os três lideres deu-se na Assembléia de Cidadãos, um movimento muito especial que aglutina mais de 150 organizações comunitárias, igrejas, mesquitas, sinagogas, clubes, colégios etc. Seu objetivo é pressionar todos os partidos para que regularizem a situação de um milhão de imigrantes ilegais, impeçam que o país deixe de ser um santuário para os refugiados políticos, seja estabelecido um salário mínimo e a construção de moradias populares; se imponham medidas que limitem os juros bancários e se dialogue permanentemente com a sociedade civil.

 Foi o maior fórum destas eleições ainda que, é bom lembrar, a Aliança Ibero-Americana tenha realizado, durante quatro fins de semana consecutivos, o maior  fórum prolongado de candidatos. Na Assembléia de Cidadãos, os três candidatos foram aplaudidos.

 O que mais entusiasmou os participantes foi: em Cameron, sua idéia de um governo que promova e dialogue com as organizações comunitárias; em Clegg, sua posição para anistiar os ilegais e, em Brown, sua defesa do salário mínimo.

 Brown

 O atual primeiro ministro, apesar de estar em terceiro lugar nas pesquisas, foi o candidato mais aclamado. Apesar de seu desgaste, ele possui uma arma muito poderosa a que apela constantemente: a idéia de que, com ele, apesar de seus erros, haveria um governo com preocupações sociais e não apenas para os ricos.

 Cameron tende a obter mais votos, mas se deseja conseguir uma maioria parlamentar absoluta precisa crescer mais, algo bastante difícil nestas alturas. Brown se sentiria vencedor se  ficasse em segundo lugar em votos, mas com mais parlamentares, com o que poderia forçar os liberais a apóia-lo.

 Para conseguir esta façanha, o trabalhismo se distanciou de sua antiga prédica de centro para fomentar uma forma de luta de classes. Clegg deseja colocar-se entre os dois: sua grande vitória consistiria em ficar em segundo lugar e poder, ele próprio, determinar em que direção vai a balança (inclusive a sua própria).

(*) Analista de política internacional, Isaac Bigio lecionou na London School of Economics e assina coluna no jornal peruano Diario Correo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] ou pelo Blog do Leitor. Tradução: Angélica Resende/brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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