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Cleggmeron

(Londres, brpress) - Com David Cameron, ostracismo “tory” foi mudando e sob tal impacto, liberais escolheram líder que se assemelhava muito a ele, em idade e perfil: Nick Clegg. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress 

(Londres, brpress) – David Cameron e Nick Clegg formam a nova dupla que pretende governar o Reino Unido até 2015. Aos 43, Cameron é o primeiro ministro mais jovem que o país já teve em quase dois séculos e Clegg é o primeiro vice primeiro-ministro, desde que se criou o cargo, durante a II Guerra Mundial.

 Os dois constituíram o primeiro governo de coalizão desde que, em 1945, os britânicos derrotaram os alemães. Ambos lograram fazer a primeira aliança na história entre conservadores e liberais democratas, com o propósito de tirar os trabalhistas do poder.

 Tony Blair, ao iniciar os13 anos de governo dos trabalhistas, criou tal crise no conservadorismo que fez com que este partido, pela primeira vez em sua existência, perdesse três eleições gerais consecutivas, mantendo seus lideres na oposição. Com Cameron, o ostracismo “tory” foi mudando. Os liberais, sob tal impacto, decidiram eleger alguém que se assemelhava muito a  ele, em idade e perfil: Clegg.

 Renovações

 Se Cameron levou os conservadores de uma direita dura a uma posição de centro-direita, Clegg operou a mesma façanha com os liberais, levando-os da centro-esquerda mais ao centro. Uma parte da imprensa cunhou o termo “Cleggmeron” para designar o intento liberal de reproduzir o novo líder conservador, assim como antes Cameron havia sido acusado de ser outra versão juvenil e renovadora do que Blair representou com seu “novo trabalhismo”.
 No entanto, o debate eleitoral mostrou que Clegg e Cameron situavam-se em pólos opostos. Os conservadores são contra o desarmamento nuclear, a entrada do Reino Unido na zona do euro e a imigração ilegal, enquanto que os liberais são mais propensos a discutir estas questões.

 Neste momento, ambos decidiram pactuar fazendo-se mútuas concessões, ainda que a mais importante seja a de permitir aos conservadores avançar em seu plano de ajuste radical de
aproximadamente US$ 10 bilhões em cortes nos gastos do governo e de poder governar nos próximos cinco anos.

 Vendidos?

 Pela primeira vez na história, os liberais ocupam o cargo de vice-primeiro ministro, e 20 de seus parlamentares ocuparão postos no novo governo. Agora os liberais sofrerão os embustes do trabalhismo, que os atacarão por terem traído a possibilidade de compor um governo “progressista” e de terem se vendido aos “ricos”. Não obstante, Clegg acredita que poderá ir “civilizando” os conservadores e isolando os radicais thatcheristas.

 Enquanto Clegg e Cameron vêm se  apresentando como um casal em lua-de-mel, a maioria da imprensa e da opinião pública também está em lua-de-mel com eles. No entanto, este romance logo terá que enfrentar um grande desafio. Tão logo sejam anunciados os cortes nos gastos públicos, o que se dará em menos de dois meses, veremos como a dupla maneja a onda de protestos sociais e se estes não irão quebrar a nova coalizão.

(*) Analista de política internacional, Isaac Bigio lecionou na London School of Economics e assina coluna no jornal peruano Diario Correo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] ou pelo Blog do Leitor. Tradução: Angélica Resende/brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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