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Divisão no governo e na oposição

(Londres, brpress) - Enquanto o primeiro ministro conservador demanda o NÃO no referendo sobre o Voto Alternativo, seu vice liberal precisa de um SIM. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – Em 5 de maio, o Reino Unido deve decidir se aceita o novo sistema de Voto Alternativo (AV, de “Alternative Vote”), que implica em que todos os parlamentares devam ser eleitos com maioria absoluta. Mas o atual governo se encontra dividido a este respeito.

Enquanto o primeiro ministro conservador David Cameron demanda o NÃO, seu vice-primeiro ministro liberal Nick Clegg precisa de um SIM – se não quiser ver destruído seu futuro pessoal e o de seu partido.

Imigração

Este choque apareceu em uma série de ataques sobre a questão da imigração, quando Cameron apelou para o eleitorado nacionalista, exigindo aumento da cota de vistos para estrangeiros, e Vincent Cable, o ministro liberal de negócios, foi contra.

Todos os liberais estão unidos para conseguir aprovar o AV, pois sem isto seu partido nunca deixará de ser sub-representado no parlamento. Já os conservadores e os trabalhistas estão divididos, ainda que o líder dos primeiros faça campanha pelo NÃO, e o dos segundos pelo SIM.

Com Thatcher

A maioria dos conservadores (ainda que não todos) se opõe a qualquer mudança. Seu governo precisa fazer uma série de duros e antipopulares ajustes econômicos. Assim como na época de Thatcher, eles sabem que apenas serão respaldados por, no máximo, dois de cada cinco eleitores.

Além do que é preferível para os Tories manter o sistema vigente, que permite a um partido que tenha a primeira minoria a impor suas leis com a maioria absoluta da Câmara dos Comuns. A única reforma que querem os conservadores é no sentido de reduzir o número de cadeiras de 650 para 600, para que, assim, aos poucos, se eliminem bastiões históricos de seus rivais trabalhistas.

Outro lado

Vários trabalhistas também se opõem ao AV, pois acreditam que isto fará com que sua bancada se encolha e que o único beneficiado seja o liberalismo.

Os “vermelhos” anti-AV querem transformar este referendo num plebiscito sobre Nick Clegg, que, um ano atrás, chegou a ser o líder liberal mais popular deste milênio e que hoje é tão impopular que seu respaldo nas pesquisas traduz-se em cifras de apenas um dígito.

Seus detratores exibem uma foto em que ele aparece prometendo opor-se a qualquer aumento nos preços das matrículas universitárias – algo que, apesar disto, aprovou (e em grande escala), tão logo chegou ao poder.

A campanha trabalhista do NÃO ao AV sustenta que é preciso castigar Clegg, que este sistema apenas funciona em menos de 0,5% da humanidade (Austrália e duas ilhas vizinhas, Papua e Nova Guiné) e que sua aplicação custaria tanto quanto os gastos atuais referentes a 70 mil vagas escolares.

Novo Labour

Ed Milliband, o novo líder trabalhista, sustenta que se o NÃO ganhar, o grande vencedor será o premier Cameron, com seus planos de ajustes duros. Segundo ele, o AV não é perfeito nem ideal, mas pelo menos ajuda a renovar a política britânica, diminuir o poder dos Tories e permitir que, nas eleições, os candidatos, em vez de acentuar o que há de diferente entre eles, busquem formas de cooperação.

Além disso, Milliband e cia acreditam que o SIM vai possibilitar que o parlamentar eleito tenha uma maior base eleitoral.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina, pela London School of Economics. Tradução de Angélica Campos. Fale com ele pelo e-mail [email protected] ou pelo Twitter @brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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