Dá para discutir?
(brpress) - Confundimos o discutir o problema com o DISCUTIR A RELAÇÃO. Parece simples? Fácil? Pois não é. A grande maioria de nós vive num movimento PENDULAR: tudo ou nada. Por Sandra Maia.
Sandra Maia*/Especial para brpress
(brpress) – Assim começou a conversa com uma amiga… Essa lição é importante e faz toda a diferença quando a questão é relacionamento. Você já deve ter ouvido falar ou vivido alguma experiência parecida: aquela na qual o outro atrasou, não chegou, não aconteceu e – pronto! – achamos que é o fim. O fim do namoro, o fim do casamento, o fim da relação.
Confundimos por isso o discutir o problema com o DISCUTIR A RELAÇÃO. Parece simples? Fácil? Pois não é. A grande maioria de nós vive num movimento PENDULAR: tudo ou nada. Vida ou morte. Amor eterno ou desamor. Dedicação total ou rompimento. Entrega ou morte… Será mesmo que precisamos viver dessa forma – aos sobressaltos? Será que relacionamento é isso?
É claro que escolher o amor não é o mesmo que escolher a paz. Amor está mais para guerra… Mas, ainda assim, por qualquer motivo, colocar a relação e os sentimentos do outro em cheque faz a coisa mudar de figura.
Imagine: Dia dos Namorados chegando. Você esperando àquela surpresa e – NADA! O outro esqueceu… Então não te ama??! Não, isso não quer dizer nada além de que ele(a) esqueceu. Vinte anos de casamento – o outro não lembra a data. Então fim? O relacionamento está acabado? Não. Ele pode não ser bom nisso… Só nisso…
Diferenças
Homens e mulheres são mesmo diferentes. Acabo de ouvir os resultados de uma pesquisa que diz : os homens mentem mais! Embora a pesquisa também aponte que a mulher, embora minta menos, MENTE MELHOR! Irônico não?! Pois é, somos, de fato, água e vinho. E, então, em alguns casos, damos pesos e medidas diferentes para determinadas situações. Acho que em uma pesquisa qualquer iríamos detectar que é verdade que as mulheres dão mais importância para as comemorações, as datas, os eventos… E isso as faz melhor? NÃO! Diferentes, eu diria…
Então, fica também claro que, numa relação, valorizamos questões que para o outro, além de não significar muito, não vêm carregadas de nenhuma – ou melhor – de pouca emoção… Fica então o convite: será que estamos falando a mesma língua? Estamos falando do que sentimos? Será que quando colocamos para o outro COMO NOS SENTIMOS QUANDO ELE NÃO LIGA, NÃO APARECE, NÃO NOS PRESENTEIA, NÃO DIZ QUE ESTAMOS LINDAS COM O NOVO CORTE DE CABELO, O NOVO MODELO, A NOVA ESCOLHA não estamos colocando a relação antes do problema – como essa minha amiga afirma?
Positivo operante
É verdade que em alguns casos precisamos mesmo discutir a relação. E isso deveria ser encarado como uma coisa positiva. De possibilidade de crescimento mútuo, de construção. Discutir de outro lado o problema menor. Mas também importante para o crescimento individual, para o confronto, o encantamento.
Afinal, se quiséssemos nos relacionar com uma pessoa exatamente igual – com as mesmas questões a serem trabalhadas, os mesmos sonhos, as mesmas neuras – não precisaríamos de ninguém, não é mesmo?
E você? Discute a relação ou discute o problema? Fala do que sente ou prefere interpretar o que imagina que o outro sente? Respira ou sai batendo o pé? Vive no mundo real ou está mais para ALICE?
A relação agradece quando amadurecemos e, o outro, bem, esse outro – sem pressão e cobranças infundadas – se sentirá muito mais acolhido e à vontade para entrar numa discussão seja sobre que tema for. E o melhor: sem aquela sensação de que um ou outro sairá batendo a porta dizendo “FUI! Está tudo acabado…”, para depois ter de voltar a trás, pedir desculpas, etc, etc…
Enfim, se conhece alguém que vive assim – nesse vai e vem –, quem sabe não vale encaminhar essa reflexão… Isso pode fazer milagres numa relação… Conte-nos sua história… Escolhas, sempre escolhas!
(*) Sandra Maia é autora dos livros Eu Faço Tudo por Você – Histórias e relacionamentos co-dependentes e Você Está Disponível? Um caminho para o amor pleno, editados pela Celebris. Fale com ela pelo e-mail [email protected] ou pelo Blog do Leitor.