Decisões
(brpress) - O que está por trás das relações em que um dá muito e outro muito pouco? Esse é tema da semana. E, para ilustrá-lo, valem umas poucas histórias... Por Sandra Maia.
Sandra Maia*/Especial para brpress
(brpress) – O que está por trás das relações em que um dá muito e outro muito pouco? Esse é tema da semana. E, para ilustrá-lo, valem umas poucas histórias… Há outros tantos modelos e dinâmicas, mas fica para outro dia!
Antes de começar, vale ressaltar que toda escolha tem como base uma decisão formatada em cima de uma crença errônea. Aquela que trazemos da infância e que, se não “resignificadas” ao longo da vida, nos fazem repetir e repetir o mesmo padrão de comportamento indefinidamente, as mesmas escolhas.
Por isso, não é fácil transformar um padrão, mudar uma crença ou decisão. Isso depende de autoconhecimento, força e, é claro, ajuda externa. Vamos ver a seguir o que pode uma pessoa quando decide, por algum motivo, fazer tudo sozinha. Tudo do seu jeito, da sua maneira.
A primeira medida é afastar-se daqueles que a amam – sim, porque esses não a deixarão em “paz”. A segunda é ligar-se a pessoas que dificilmente têm amor para dar… E vale aqui atenção: os jogos mentais que fazemos e a teia em que nos metemos são pura ilusão. Tanta que escolhemos viver para um outro “egoísta”, abandonando-nos e deixando de lado família, amigos, etc, como se a decisão de fazer tudo sozinho já não bastasse para uma vida de sofrimento…
Solidão
E, então, além de relações complexas, condenamo-nos a um destino triste e solitário. O viver só, nesse caso, frustra, machuca, tira a paz. Essa decisão não nos deixa pertencer a grupos, não nos permite procurar ou aceitar ajuda… Seguimos com uma única certeza: “Dessa vez vai dar certo”…
A questão é que não dá! Não dá para mudar o resultado se não mudarmos a ação, a atitude, a escolha, a decisão, a crença!
Enfim, vamos às histórias com a decisão de PERMANECER SÓ! De coração, espero que possa ajudá-lo a encontrar um caminho melhor e mais leve. Um caminho de amor e união. União consigo, com o outro, com os outros.
Pedro e Juliana
A história de Pedro possuía como base a escolha: AMAR O OUTRO MUITO MAIS DO QUE A SI MESMO. Ele amava compulsivamente Juliana e, por isso, deixava de lado tudo o que precisava. Com cada sobra do salário no fim do mês comprava uma demonstração de carinho para a Ju. Vivia para ela. Tudo o que pensava era fazê-la feliz.
Casaram-se e ele cuidou para que ela estudasse e assim o acompanhasse. Cuidou da casa, dos planos de crescimento dos dois, tudo… Fez tudo para que a vida a dois florescesse. Tudo para que a união desse certo. Fez tudo por tanto tempo, que deixou de olhar para a companheira. Fazia do seu modo. Fez tanto, que, um dia, a Juliana se foi.
Ela não conseguia corresponder a tanta dedicação. Sentia-se acuada, sem espaço, não tinha como amá-lo de volta.
Joyce e Lúcio
A outra história é da Joyce. Ela havia feito outra escolha: CONTROLAR A TUDO E A TODOS que chegassem à sua vida, esperando, dessa forma, controlar sua paz, seu amor, sua felicidade, seu tempo. E, então, Lúcio apareceu. Jovem, bem sucedido, tinha um único problema: bebia. Mas, apesar do vício, Joyce acreditava que o seu “amor” poderia fazê-lo mais e melhor do que realmente era ou podia…
Enfim, não podia. Lúcio se afundava cada vez mais no vício e Joyce cada vez mais no controle. Vivia para ele. Deixara de lado praticamente tudo para, com toda a onipotência que lhe cabia, fazê-lo mudar… Bem, ele não mudou. E Joyce, à beira do abismo, o perdeu.
A dor dessa perda foi tamanha que quase enlouqueceu. Afinal, dera tudo a ele, fizera tudo por ele e, ainda assim, ele se fora… O que havia dado errado? Fácil para quem está do lado de fora entender que não poderia dar certo… Difícil para quem está dentro…
Mary e Marcos
Bem, vou falar agora da Mary. Ela tinha escolhido SER A MAIS BOAZINHA DAS MULHERES na face da Terra pensando, assim, encontrar a felicidade. E, então, para que pudesse comprovar sua escolha, encontrou Marcos. Ele era terrível. Estava mais para “mauzinho” do que qualquer outra coisa. E a vida dos dois correu assim.
Mary sempre aos prantos – para as amigas, o terapeuta, os colegas de trabalho, contando suas desventuras em série com o escolhido. Não, ao contrário do que você pensa, ela não buscava ajuda – esses rompantes de vítima serviam para lhe aliviar um pouco a alma e lhe dar forças para que pudesse, ao reencontrá-lo, estar pronta para mais uns dias de amor e dor.
Ela segurava todas as ondas e se mostrava praticamente inalterada. Para ele, não havia tempo ruim. Ela estava pronta e disponível! Estava sempre linda e doce. Ele tripudiava, arrasava com ela. Mentia, saia com outras, esquecia-se dos horários, dos compromissos combinados, não dava satisfação, nada! E ela, bom, ela mantinha sua escolha de ser a “boazinha” a companheira ideal e, dessa forma, colocava tudo a perder.
Marcos, depois de um tempo, se cansou dessa vida. Encontrou outra que lhe era totalmente indiferente e se apaixonou. Também não ficou com ela… Aliás, ele era homem de muitas mulheres e de nenhuma… Hoje, enquanto Mary chora a perda, ele corre atrás da outras…
Então você pode me perguntar: só há histórias tristes? Não, há muitas histórias com final feliz. Todas com crenças diferentes da que coloquei a você no inicio do texto: fazer tudo sozinho. A vida, como sempre afirmo, demanda caminhar e, nesse caminhar, aprender.
Toda vez que negamos nossas dificuldades e fazemos de conta de que sabemos fazer diferente, mergulhamos ainda mais no engano e também no padrão do erro. Vícios de comportamento são difíceis de mudar. Demandam primeiro saber que ele existe, depois, conscientemente, buscar ajuda para compreender o que gerou a crença, o que nos fez decidir por essa ou aquela escolha.
Escolhas, sempre escolhas…
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(*) Sandra Maia é autora dos livros Eu Faço Tudo por Você – Histórias e relacionamentos co-dependentes e Você Está Disponível? Um caminho para o amor pleno, editados pela Celebris. Fale com ela pelo e-mail [email protected] , pelo Blog do Leitor, no site www.brpress.net, ou pelo Twitter @brpress.