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Será verdade?

(brpress) - Todo ser humano tem histórias e, nesse sentido, todos temos ao que nos apegar quando precisamos decidir por uma ou outra versão. Por Sandra Maia.
Sandra Maia*/Especial para brpress

(brpress) – Uma tarefa no mínimo árdua ter de julgar o outro ou tomar qualquer partido quando somos humanos. Enquanto aprendizes, podemos até estar em níveis diferentes de sabedoria, de caminhada, mas, ainda assim, somos aprendizes. Carregamos conosco marcas, crenças, dúvidas e certezas. Carregamos histórias: tudo o que nos fez chegar onde estamos, tudo o que nos faz mais ou menos justos.

Sim, todo ser humano tem histórias e, nesse sentido, todos temos ao que nos apegar quando precisamos decidir por uma ou outra direção e/ou versão. Enfim, toda essa introdução é só para afirmar que, por tudo isso, não há qualquer fundamento em julgar o outro, tomar um partido, ficar de um lado. Não podemos.

Quando agimos dessa forma, por impulso, fazemos mal a nós mesmos e aos outros. Afinal, quem está com a verdade? Qual é a nossa verdade? Qual a base das nossas crenças, nosso modo de ser? Como o outro lida com essas mesmas verdades? Será que o que precisamos é o que o outro precisa?

Tomando as dores

Veja um exemplo: há alguns anos, uma amiga querida me procurou dizendo que havia discutido com seus pais e, que decidira sair de casa. Eles não a compreendiam. Ela não queria mais ser controlada, não suportava a ideia da manutenção do convívio com a família…

Então, num primeiro momento, fiquei do seu lado. Dei-lhe acolhida e, inconscientemente, tomei partido. Não escutei os dois lados, não escutei verdadeiramente nem mesmo ela. Quando  esta começou a me contar suas dores, fui diretamente para minha infância e, trouxe à tona, parte da incompreensão que percebia, no meu mundo de fantasia, e que durante muito tempo me fizeram mal.

Não a ajudei como gostaria ? com neutralidade e isenção! Não havia me libertado das marcas, da sombra de um passado que ainda estava na minha cabeça ? esse era de fato o palco da confusão. Não posso dizer que errei, não posso dizer que acertei. Mas, com um pouco mais de presença, a teria convidado a questionar-se, duvidar do que acreditava, colocar-se no lugar do outro, entender o que estava por trás da proteção exagerada dos seus pais…

Hoje, com uma visão mais distanciada e sábia, sei que o que deveria ter feito seria primeiro isolar o problema, não confundi-lo com a minha história e não tomar qualquer orientação sem conhecer profundamente os dois lados. Depois, fazê-la compreender que seus pais estavam do seu lado, a amavam, queriam o seu bem, estavam lá para ela e, nesse contexto, prontos para dar-lhe o melhor: perdoar e ser perdoados.

Diálogo

Os problemas, as discussões, o controle poderiam ser revistos a partir do diálogo, da compreensão de um e outro. Qual seria a base dessa “descarga” de amor demasiado que ela recebia? Qual o contexto? Por que seus pais agiam dessa forma? O que os movia? Qual era a história de cada um deles? O que eles traziam dentro?

Mais tarde, vim a descobrir que haviam perdido um outro filho anos atrás ? o que potencializava a preocupação. Sem a compreensão de como esse fato os tocava tornavam-se três estranhos dividindo um mesmo teto. A relação tinha como base um segredo de família. Não se falava dessa dor, não se tocava no assunto. A verdade velada, no entanto, estava lá e comprometia o presente.

 
Talvez minha amiga não estivesse fugindo da casa dos pais. Fugia de si mesma. Fugia dos problemas que não queria encarar, não queria enxergar e, portanto, caminhava sem qualquer possibilidade de crescer, evoluir, aprender. A questão é que, para dar o próximo passo, é sempre preciso parar e aprender com o que nos trouxe até aqui.  O que temos, o que carregamos.

Não dá para sair por aí almejando crescer, amadurecer etc, etc, se não soubermos para qual direção, qual sonho, qual visão…

Resultado da história: ela poderia ter aproveitado melhor essa explosão de sentimentos para, por fim, olhar para si mesma, olhar para seus pais, olhar para a situação e, então, emocionalmente crescer.
Eu, bem, eu confesso que venho também caminhando e aprendendo. Essa história me marcou profundamente. Parei de julgar, aprendi a lidar melhor com minhas emoções…

Escolhas, sempre escolhas.

(*) Sandra Maia é autora dos livros Eu Faço Tudo por Você – Histórias e relacionamentos co-dependentes e Você Está Disponível? Um caminho para o amor pleno, editados pela Celebris. Fale com ela por meio do Blog do Leitor ou pelo e-mail [email protected] Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. .

Sandra Maia

Sandra Maia é autora dos livros Eu Faço Tudo por Você – Histórias e relacionamentos co-dependentes e Você Está Disponível? Um caminho para o amor pleno, editados pela Celebris, e teve sua coluna licenciada pela brpress ao Yahoo Brasil e A Tribuna (Vitória-ES).

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