Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Elementary: fina digno para adaptação idem do clássico de Conan Doyle. Foto: CBSElementary: fina digno para adaptação idem do clássico de Conan Doyle. Foto: CBS

Elementary: final digno como adaptação

(brpress) - “Infelizmente, reparar o dano pode estar fora do controle de Sherlock”, diz Rob Doherty sobre o icônico detetive que virou ex-junkie na versão contemporânea. Por Juliana Resende.

(brpress) – O escritor e produtor Rob Doherty tem uma carreira longa e respeitável no mundo das séries. Mas sua abordagem permanece sóbria quando o assunto é seu maior trabalho: Elementary. 

Com sete temporadas, a série da CBS exibida pelo Universal TV no Brasil é uma das adaptações contemporâneas mais improváveis da criação de Sir Arthur Conan Doyle. Elementary chega ao final nesta segunda-feira (23/09), às 23h (horário de Brasília).  

No episódio piloto, o detetive inglês Sherlock Holmes (interpretado por Jonny Lee Miller) começa uma reabilitação em Nova York, por ser viciado em drogas. Para manter sua sobriedade fora da clínica, seu pai contrata uma acompanhante, a ex-cirurgiã Joan Watson (Lucy Liu). No início, ele a hostiliza. Depois, passa a amá-la. O sentimento é recíproco para ela. Estava selada a química e parceria entre ambos, que segurou cerca de 150 episódios, desde 2012.   

À brpress, por email, o criador da série Robert Doherty admitiu que a ousadia de transformar o sistemático Sherlock num ex-junkie e o caro Watson em uma mulher (Lucy Liu) podia colocar tudo a perder, exceto por uma razão: “Eu estava sempre mais animado com a premissa de um homem e uma mulher brilhantes, vivendo e trabalhando juntos – e não se envolvendo romanticamente.” 

Leia a seguir a íntegra da entrevista:

Você sente que realizou uma tarefa quase impossível ao transformar os fãs mais puristas do icônico personagem de Sir Arthur Conan Doyle em fãs do Sherlock fora de curva de Elementary?

Rob Doherty – Não tenho certeza de que fisgamos todos os puristas, mas sou muito grato pelos que conseguimos transformar em fãs. Por fim, estamos todos muito orgulhosos do fato de que Elementary atraiu aqueles que estavam familiarizados com o cânone e aqueles que não estavam.

Você concorda que Joan e Sherlock e sua relação incomum e incrivelmente platônica é a pedra fundamental de Elementary? Por quê? Essa abordagem moderna e bastante feminista foi inicialmente um destaque na trama?

RD – Eu concordo absolutamente que o relacionamento entre eles foi o alicerce da série. E, no entanto, isso provavelmente pode ser dito de qualquer tentativa de contar novas histórias sobre Holmes e Watson. Você tem que tentar ser fiel ao espírito dos personagens criados por Arthur Conan Doyle. A grande diferença com os nossos Holmes e Watson, claro, é que um é mulher. Nos primeiros episódios, havia muito cinismo em relação a essa decisão. Havia uma suposição de que Sherlock e Joan acabariam se tornando amantes. . Isto, a propósito, era totalmente compreensível! Mas eu estava sempre mais animado com a premissa de um homem e uma mulher brilhantes, vivendo e trabalhando juntos, e não se apaixonando. Penso que esse tipo  de relacionamento seria mais original e, finalmente, mais especial quando a série chegasse ao fim.

Ainda assim, foi difícil convencer os produtores, o público e a si mesmo de que Watson havia mudado de sexo – e isso era mesmo a coisa certa a fazer? 

RD –  Nos primeiros episódios, acho que não fizemos muito para destacar a mudança de gênero. Lucy Liu é uma mulher… Muito difícil não perceber isso! Então, nós apenas deixamos a série passar diante da audiência. As reações das pessoas foram entendidas como reações delas. Tudo o que tínhamos de fazer era seguir o curso e escrever uma história sobre uma amizade poderosa, não um romance.

Considerando as proporções que tomam os problemas com o capitão Gregson, podemos afirmar que é o elenco de apoio que impulsionou a última temporada de Elementary? Para ir direto ao ponto, Sherlock, Joan e Bell vão perder Gregson?

RD – Você está certa! É o nosso brilhante elenco de apoio que toca a bola na 7ª temporada. Lembre-se que deixamos Sherlock e o Capitão Gregson em uma situação ruim no final da sexta temporada. Sherlock sentiu-se traído pelo capitão. Ele ficou magoado e raivoso como nunca antes visto. . E, no entanto, as circunstâncias conspiram para forçá-lo a reexaminar o que foi, durante seis anos, uma das relações mais importantes de sua vida. Infelizmente, reparar o dano pode estar fora do controle de Sherlock…

Transferir Sherlock para Londres foi, de alguma forma, uma tentativa de trazer o personagem de volta ao seu habitat “natural” e converter mais fãs de Doyle em fãs de Elementary? Ou levá-lo para Londres é mais uma homenagem ao legado de Doyle? Seu Sherlock se sentiu em casa em Londres? Por quê?

RD – Decidimos transferir Sherlock e Joan para Londres porque, na época, ficamos com a impressão de que seria o último episódio da série. Parecia canonicamente apropriado trazer nossos Holmes e Watson para o cenário original de seus icônicos personagens e história. Então, por mais animado que estivesse em receber uma encomenda para a sétima temporada, fiquei um pouco desapontado por ter de desfazer um final que eu gostei muito!

(Juliana Resende/brpress)

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate