Preparados?
(brpress) - “Já sei namorar, já sei beijar de língua, agora só me resta sonhar”. Como na música dos Tribalistas, maioria dos adolescentes fica ou namora e quer iniciar a vida sexual. Será que essa galera está pronta? Por Danielli Marinho
(brpress) – “Já sei namorar, já sei beijar de língua, agora só me resta sonhar”. Como na música dos Tribalistas, a maioria dos adolescentes fica ou namora e quer iniciar a vida sexual. Mas será que essa galera está mesmo sabendo namorar?
Calcula-se hoje que cerca de 20% da população brasileira seja de adolescentes (jovens entre 10 a 19 anos), e que, nesta faixa etária, a incidência da gravidez esteja entre 14 e 22% – o que é preocupante. Dados do Instituto Kaplan, que se dedica a conscientizar sobre sexo e gravidez em adolescentes, mostram que, no Brasil, 28% dos partos do SUS ocorrem com garotas entre 10 e 19 anos. Isto significa que a cada 100 bebês que nascem em nosso país, 28 são filhos de mães adolescentes.
É bom frisar que o começo da vida sexual traz responsabilidades com o próprio corpo, com o do parceiro(a) e – no caso de gravidez – com a vida de uma terceira pessoa. O uso de preservativos e métodos anticoncepcionais, por exemplo, além de evitar que se contraia alguma doença sexualmente transmissível (DSTs), impede uma gravidez não planejada. Afinal, ter um bebêque pode significar adiar sonhos e planos, como a entrada para a faculdade, aquele intercâmbio, etc.
Garotas, atenção redobrada
As meninas podem ter de enfrentar ainda outra preocupação: gravidez indesejada e fora de hora. É que uma gravidez na adolescência requer mais cuidados com a saúde, porque a menina ainda não alcançou o desenvolvimento do corpo completamente, como a elasticidade dos músculos do útero.
Como se vê, ao começar a transar, é preciso se cuidar para curtir plenamente essa fase inesquecível da vida, sem problemas e conseqüências que podem ser para toda a vida.
Prevenir: a chave
Existem diversas opções de métodos contraceptivos (para evitar gravidez) seguros e eficazes. No entanto, é importante também ir a um ginecologista para, com ajuda médica, escolher qual o melhor método para você evitar engravidar sem querer.
As pesquisadoras do departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí, Rita de Cássia Mendonça e Telma Maria de Araújo, afirmam que as justificativas mais comuns para o jovem ou adolescente deixar de usar algum método de contracepção são dificuldade de diálogo com o parceiro e desconhecimento sobre o uso correto de métodos anticoncepcionais.
“O conhecimento sobre os métodos contraceptivos e os riscos provenientes de relações sexuais desprotegidas é importante para que os adolescentes possam vivenciar sua atividade sexual de uma forma adequada e saudável”, analisam as pesquisadoras.
Os métodos mais conhecidos dos jovens são a camisinha, que pode ser masculina ou feminina, o diafragma e a pílula anticoncepcional. Mas atenção, pessoal! A tabelinha, por exemplo, que calcula o dia fértil da mulher, e o coito interrompido, que é quando o menino retira o pênis da vagina antes de gozar, não são considerados métodos seguros. Transar menstruada também não garante que você não ficará grávida.
Então, primeira coisa: começou a transar, seja maduro(a) o bastante também para não ter vergonha de pedir ao parceiro para usar a camisinha. Mesmo que vocês sejam namorados e jurem que são fiéis um ao outro, não dá para vacilar. Preservativo é também higiene – evita pequenos desconfortos, como tratáveis corrimentos, até doenças sexualmente transmissíveis, as chamadas DSTs, mais sérias e até sem cura, como a Aids.
A mesma recomendação serve para os meninos. Não custa nada conversar com a garota e saber se ela se cuida, se está tomando pílula anticoncepcional, e, claro, ter sempre camisinhas à mão e saber usá-las sem que seja necessário um pedido para usá-la. sendo homem o bastante para tomar a iniciativa e jamais negociar esse cuidado.
(Danielli Marinho/Especial para brpress)