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Para presidente da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e SensualPara presidente da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual

Troca a pilha, minha filha

(brpress) - Mulheres são 70% da clientela de sex shops no Brasil e livro sobre o tema relaciona consumo de produtos eróticos à afirmação da sexualidade feminina.

(brpress) – “Nitroglicerina. No melhor dos sentidos”. Assim, o economista e escritor Eduardo Giannetti define o livro Mulheres que Não Ficam sem Pilha (Editora Mauad X, R$ 69,00, 344 págs.). Trata-se do primeiro estudo brasileiro publicado sobre como o consumo de produtos eróticos está mudando o comportamento sexual feminino. 

Com o subtítulo de Como o Consumo Erótico Feminino Está Transformando Vidas, Relacionamentos e a Sociedade, a especialista em Marketing Luciana Walther transformou sua tese de doutorado em Administração pelo Instituto Coppead, a escola de negócios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em livro. “A autora mostra que buscar o próprio prazer pode ser um dos principais fatores de autoconhecimento”, escreve a antropóloga Miriam Goldenberg, orientadora do trabalho acadêmico. 

O fato é que trata-se de uma transformação significativa em termos de sexualidade, considerando sua afirmação e aceitação por mulheres – com ou sem brinquedinhos eróticos, com ou sem parceiro (fixo ou não). Isso, no entanto, não tem a ver diretamente com feminismo, no sentido ideológico do termo. O fenômeno é mais mercadológico. 

Dominadas?

As mulheres brasileiras são vítimas de números acachapantes de violência (com destaque para a vida doméstica e sexual – são 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, número que coloca o Brasil no 5º lugar no ranking de países nesse tipo de crime, de acordo com o Mapa da Violência 2015). No quesito desigualdades, elas ganham salários mais baixos embora trabalhem mais (em casa e no próprio trabalho). 

Mas as mulheres brasileiras estão mais donas de seus narizes e, consequentemente, de sua sexualidade. São a maioria dos chefes de família no Brasil apesar de serem as mais afetadas pelo desemprego segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou disparidades significativas na taxa de desocupação entre homens (10,7%) e mulheres (13,8%) no 4º trimestre de 2016.

Às compras

Ainda assim, o mercado de sex shop cresceu basicamente por causa delas. Uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme) aponta que as mulheres são responsáveis hoje por 70% das compras em sex shops. O setor tem crescido, em média, 8,5% ao ano e chegou a faturar R$ 1,7 bilhão em 2015, segundo pesquisa da Erótika Fair, maior feira do segmento no Brasil. O aumento, em 2016, foi de 14,5% segundo a mesma pesquisa.

Mas as Mulheres que Não Ficam Sem Pilha ainda têm de lidar com tabu e preconceito – de outras mulheres e de homens, sejam seus parceiros, com os quais geralmente “negociam” o uso de acessórios eróticos, ou não. A autora Luciana Walther diz que “ainda há homens que consideram traição o uso individual por sua parceira de um produto como o vibrador. Outras pessoas ainda acham que a mulher que usa o faz porque não obteve sucesso na busca por um parceiro ou porque seu parceiro não a satisfaz. Ou associam os produtos eróticos à perversão.”

Boutiques e fantasias eróticas

A autora recolheu depoimentos de 35 mulheres do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e São Paulo, em boutiques eróticas femininas, sex shops e feiras de negócios. Entre as entrevistadas, Luciana se deparou com uma mãe e filha – cujos nomes são fictícios no livro – comprando no sex shop. Clara Averbuck, escritora e editora do site Lugar de Mulher, escreve na “orelha” do livro sobre a importância de romper o tabu do uso de produtos eróticos, sobretudo do vibrador, por mulheres. “Há um momento de empoderamento da mulher”, festeja a presidente da Abeme, Paula Aguiar. 

Embora o objetivo explícito seja faturar, a indústria de produtos eróticos para mulheres tem pouco ou nada a ver com pornografia. A receptividade a esta crescente oferta de acessórios visando aumentar o prazer sexual feminino é um termômetro comportamental no sentido de que a mulher, massacrada pela rotina pesada de trabalho e de família, quer mais glamour e fantasia nas relações – ou nas noites de folga. O sucesso dos livros e filmes 50 Tons de Cinza explica bem esta vontade de “apimentar” o cotidiano.

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