Dez melhores espetáculos do ano

(São Paulo, brpress) - Em 2012, destcaram-se montagens diversas como Bom Retiro – 958 Metros, do (Teatro da Vertigem, e o musical Priscilla, a Rainha do Deserto. Por Lucianno Maza.

(São Paulo, brpress) – Nos últimos anos, São Paulo vinha apresentando um resultado excelente na equação de quantidade e qualidade na programação teatral da cidade, com safras impressionantes em 2010 e 2011 -– só para citar os anos mais recentes. Em 2012, o cenário geral foi um pouco menos empolgante, com destaques mais pontuais desde o teatro de pesquisa ao entretenimento. No entanto, pelo menos dez espetáculos vistos nos palcos paulistanos nos últimos doze meses merecem ser lembrados e festejados.

Confira a seguir a lista de destaques do Caderno Teatral, em ordem alfabética:

Bom Retiro – 958 Metros (Teatro da Vertigem) – O famoso grupo ocupou o bairro multiétnico do centro de São Paulo. Antônio Araújo  extraiu imagens potentes com a preciosa colaboração técnica da luz de Guilherme Bonfanti, tomando ruas e prédios históricos.

Córtex (Baobá Produções) – Sob a direção criativa de Nelson Baskerville, Otávio Martins foi o melhor ator do ano em sua vigorosa interpretação do duro monólogo de Franz Keppler. Destaque também para a composição e design da trilha sonora de Ricardo Severo.

Grávido (Mesa 2 Produções) – Não houve outra comédia tão inventiva como essa encenada por Alexandra Golik. Como pais, Marcelo Laham esteve irresistivelmente hilário num de seus melhores trabalhos até hoje e Fábio Herford não ficava atrás.

Isso Te Interessa? (Cia. Brasileira de Teatro) – Com um repertório de dramaturgos contemporâneos internacionais, o grupo paranaense encenou a bela obra da francesa Noëlle Renaude sobre relações familiares, com a direção impecável  de Márcio Abreu.

Júlia (Cia. Vértice) –  Melhor espetáculo carioca apresentado em São Paulo. Transformando o palco em set, sem abrir mão da primeira função, a diretora Christiane Jatahy criou uma convergência inédita no Brasil de teatro e cinema (captado, editado e projetado ao vivo).

Licht + Licht (Cia. de Ópera Seca) – Depois da efêmera montagem de Travesties de Tom Stoppard, Caetano Vilela construiu uma cena delirante inspirada em personagens e ideias de Goethe. Com a melhor iluminação de 2012 e um intenso Germano Mello no elenco.

Mateus, 10 (Tablado de Arruar) – Um dos melhores textos do ano. Alexandre Dal Farra criou estranheza em personagens dentro do contexto de uma religião evangélica. Uma parte da identidade da sociedade brasileira de hoje, poucas vezes abordada em nosso teatro.

Mostra Brasileira de Dramaturgia Contemporânea (Club Noir) – O grupo montou cinco das oito peças dessa importante antologia que lança novos autores. Destaque para Luiz Felipe Leprevost de Hieronymus Nas Masmorras, em inusitada montagem de Roberto Alvim.

Peep Classic Ésquilo (Club Noir) – Mais ousado projeto do ano, encenou a obra do grego em versão antológica do diretor Roberto Alvim. Juliana Galdino com estas tragédias, Hieronymus e Amante foi a melhor atriz do ano na complexidade e variação de seu trabalho.

Priscilla, a Rainha do Deserto (GEO Eventos) – Para quem gosta de entretenimento puro, foi o destaque dos musicais. Além dos carnavalescos figurinos de Tim Chappel e Lizzy Gardiner, destaque para as interpretações do veterano Ruben Gabira e do jovem André Torquato.

(Lucianno Maza, do Caderno Teatral/Especial para brpress)

Veja segunda lista dos indicados ao Prêmio Shell de Teatro SP aqui.