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Ciarán HindsCiarán Hinds

Três cafés com Ciarán Hinds

Sobre Harry Potter, ator diz, em entrevista exclusiva: "Eu me diverti muito mas confesso que fiquei um pouco tenso arrastando toda aquela barba no set".

(Belfast, brpress) – Ciarán Hinds é daqueles atores que não se esquece – e que são reconhecidos mesmo com vários rebocos de maquiagem na cara. Se bem que, em Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 2, 2011) ele está quase irreconhecível.

Esse versátil e talentoso norte-irlandês de 58 anos abrilhanta a última aventura do bruxo na pele de Aberforth Dumbledore, irmão mais novo do conhecido Albus Dumbledore, o grande bruxo-mestre de Howgarts. “Ainda não sei como fui parar lá”, brinca, com a mesma naturalidade que conta ter deixado Belfast, em plenos Troubles, para “ser um ator de teatro”.

Foi no bar do hotel Europa – onde os correspondentes se hospedavam durante a guerra civil na capital da Irlanda do Norte –, que esta repórter passou quase duas horas cpnversando com o ator, entre cafés e copos de ‘tap water” (água da torneira que todos os estabelecimentos do Reino Unido servem sem cobrar).

Aberforth Dumbledore apareceu somente em Harry Potter e a Ordem da Fênix (2007), mas vivido por outro ator (Jim McManus). Só mesmo sendo pottermaníaco para lembrar desse personagem. Mas agora, defendido por Hinds, ele se tornou simplesmente uma das figuras secundárias mais marcantes do amplo rol de personalidades excêntricas que pululam no universo potteriano.

Por trás da barba

Quanto à inesperada participação em Harry Potter, diz: “Eu me diverti muito mas confesso que fiquei um pouco tenso arrastando toda aquela barba no set”. Ciáran Hinds acabara de filmar a superprodução, quando foi premiado na décima edição do Belfast Film Festival.

“Estou muito honrado”, diz, num tom entre jocoso e amável, bem no espírito da capital efervescente norte-irlandesa, onde o ator nasceu e inaugurou a tal premiação por sua “Contribuição Fora de Série para o Cinema e TV”. Dias antes, ele havia sido premiado no Tribeca Film Festival, como melhor ator, pelo filme The Eclipse, disponível em DVD na Amazon on Demand.

Sendo de Belfast e mesmo morando em Paris, Hinds diz que ainda se sente muito irlandês. Por acaso, em The Eclipse ele faz um dos poucos papéis irlandeses de sua extensa carreira – um pai viúvo aspirante a escritor, que vive de luto assombrado pelo fantasma da mulher, na cidadezinha de Cobh, no condado de Cork, na República da Irlanda.

Dança irlandesa

O diretor de The Eclipse, Conor McPherson, ele conheceu num dia após o outro em cartaz na Broadway com The Seafare. Vale lembrar que Ciarán Hinds começou a carreira de ator como bailarino de dança irlandesa. Desde então, ele vem construindo uma sólida reputação em cima de sua versatilidade.

“Não escolho papéis – eles é que me escolhem, por minhas idiossincrasias”, diz, lembrando de de seu primeiro papel cinematográfico em Excalibur (1981) até os personagens épicos nos filmes britânicos, como Jornada pela Liberdade (Amazing Grace, 2006) e Persuasão (Persuasion, 1995).

Hollywood

Para ele, Hollywood é um mundo ainda muito estranho e excitante – e um lugar para onde jamais teve a intenção de se mudar. “Os brinquedos de lá são para meninos bem maiores”, comenta (risos)

No caso de Hinds, não importa “o menino” que interprete – o déspota Caesar, no série Roma (HBO); o frio agente secreto, em Munique (Munich, 2006); o gângster católico, em Na Mira do Chefe (In Bruges, 2008); ou um pedófilo, em Life During War Time (2009). Naverá sempre um quê de clássico, de Charlton Heston, naquele olhar negro e profundo que transpassa a tela quando o ator entra em cena.

Agora, esses olhos são de Aberforth Dumbledore, que faz da despedida de Harry Potter algo literalmente mágico. “Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint estão fazendo isso por toda a vida… Eu cheguei e não tinha ideia de quem, como e o quê… Digo, eu tinha de ser o irmão mais novo de Dumbledore que tem cerca de 190 anos – eu, então, provavelmente, teria uns 156”.

Ainda assim, Hinds abraçou o papel com sua habitual generosidade, apesar de revelar, baixinho, que seu sonho “é ser convidado para fazer pequenos filmes irlandeses”, nos [lindos] condados de Derry e Donegal”. “É bom para minha alma irlandesa”, explica.

(Juliana Resende/brpress)

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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