
Lutas.doc: a violência é pop
(brpress) – Estreia nesta terça-feira (05/01), às 22h45, na TV Brasil, série que mistura animações e entrevistas para retratar realidade urbana ao público jovem. Por Felipe Kopanski.
(brpress) – Com uma linguagem pop e elaborada especialmente para o público jovem, a série Lutas.doc mistura entrevistas e animações para levantar um verdadeiro debate sobre a violência que transborda nas cidades brasileiras. Dividida em cinco episódios, de aproximadamente 27 minutos cada, a nova atração será exibida nas terças-feiras, às 22h45, na TV Brasil. A emissora ainda apresenta um reprise na quinta, à 0h.
Sob direção de Luiz Bolognesi e Daniel Augusto, a série Lutas.doc chama a atenção por contar com o depoimentos de inúmeros filósofos, políticos e figuras expressivas como Marina Silva, Gilberto Dimenstein, Ferréz, Contardo Calligaris, Soninha Francine e até mesmo João Pedro Stédile, líder do MST. Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva participam do primeiro e, também, de todos os outros episódios.
Guerra sem fim?
O primeiro episódio da série Lutas.doc, intitulado de Guerra Sem Fim?, surpreende ao mostrar que a violência é constante na história do Brasil. Apesar de pouco se comentar à respeito e por trás do rótulo de país do Carnaval, a violência não é um “privilégio” da atualidade.
O primeiro capítulo revela de maneira contundente o fato de que mesmo as nações indígenas já tinham a guerra no centro de suas culturas. Ou seja, antes da chegada dos colonizadores europeus, o homem brasileiro já não era muito cordial – conforme obra do historiador Sergio Buarque de Holanda.
Massacres
Mesmo com a suavidade da linguagem e intervalos com animações, o episódio de estréia foca grandiosos conflitos pouco conhecidos de uma maneira forte e impactante sob explicação de inúmeros historiadores. Na tela, massacres históricos são revistos à luz de um olhar crítico, almejando questionar a história oficial com argumentos e, principalmente, depoimentos e entrevistas.
Depois da estréia, Lutas.doc dá seqüência aos capítulos Recursos Humanos (12/01), Fábrica de Verdades (19/01) e Heroína Sem Estátua (26/01). Para completar, o último episódio, chamado de O Que Vem Por Aí, fecha o ciclo com uma conclusão, sendo exibido no 02 de fevereiro.
“Nosso propósito é iluminar, de certa forma, a história do Brasil, revelando o quanto ela pode ser interessante e apaixonante”, afirma o diretor Luiz Bolognesi, produtor e roteirista dos filmes Bicho de sete cabeças (2001) e Chega de saudade (2007). “No processo, ainda fornecemos pistas para ajudar a entender e compreender o que somos hoje.”
Desenho animado
Filhote do documentário, o filme de animação Lutas, cuja direção também é de Bolognesi, ficará pronta até o fim do ano. A trama acompanha um personagem de 600 anos, com voz do ator Selton Mello, em quatro fases distintas: como um índio Tupinambá; um líder na Revolta da Balaiada, no século 19, no Maranhão; na luta armada contra ditadura, em 1960, e que, para terminar, faz uma visita ao Rio de Janeiro de 2090, retratado como uma cidade alagada, com a elite intocada nos morros da cidade.
(Felipe Kopanski/Especial para brpress)