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Lenny Kravitz e Clareece Precious Jones em cena de Preciosa - Uma História de Esperança.allmoviephoto.comLenny Kravitz e Clareece Precious Jones em cena de Preciosa – Uma História de Esperança.allmoviephoto.com

Preciosidade

(brpress) - Preciosa - Uma História de Esperança, filme indicado a seis Oscar e que estreia nesta sexta (12/02), realmente brilha. Por Eliane Maciel.

(brpress) – Quaisquer filmes selecionados para as cinco tradicionais indicações do Oscar 2010 já formariam um páreo duro de se resolver. Com dez então, nem se fala – a disputa ficou muito mais acirrada. Mesmo com os dois favoritos, Avatar e Guerra ao Terror, nenhum outro filme fica para trás. Um dos grandes exemplos é Preciosa – Uma História de Esperança (Precious: Based on the Book “Push” by Sapphire, EUA, 2009), do diretor Lee Daniels, indicado a seis Oscar: Melhor diretor, melhor atriz para a estreante Gabourey Sidibe, atriz coadjuvante, melhor filme, roteiro e edição. O filme, que estreia nesta sexta-feira (12/02),  brilha. Exatamente como uma preciosidade.

Com um elenco de peso formado também por Mo’nique, Paula Patton e os cantores-atores Mariah Carey e Lenny Kravitz (no papel improvável de um enfermeiro), Preciosa  volta ao final dos anos 80, para contar a história da garota negra Clareece “Precious” Jones (Sidibe), de 16 anos, analfabeta e obesa, que vive no Harlem. Convivendo em um lar com uma família totalmente desestruturada, estuprada pelo próprio pai desde os seus 3 anos enquanto a mãe negligenciava a situação, Clareece está prestes a dar à luz a seu segundo filho com seu progenitor.
 
Outro mundo

Convidada pela direção de sua escola a mudar para um instituto alternativo de ensino, que “abriga” jovens carentes e problemáticos, a sonhadora garota conhece um mundo o qual jamais imaginara existir: pequeno, porém acolhedor, com pessoas que a amam, a respeitam e cuidam dela como nunca sua família o fez. Sua professora, a simpática e bela senhorita Blu Rain (Patton), que tem um relacionamento com outra mulher, é uma delas.

Sofredora do grau mais alto possível, devido a todos os percalços de sua até então curta vida, Clareece, em momentos mais difíceis e de maior dor usa seus maiores artifícios para fugir de sua realidade tão cruel: inventa pequenos curtas em sua mente, onde ela mesma é a protagonista de seu “show da vida perfeita, glamourosa e cheia de romances”. Essas cenas de fuga da personagem de Gabourey Sidibe são realmente de emocionar.

É a mãe

Além da história, do roteiro brilhante e das humilhações que partem o coração de quem assiste a produção e obriga os mais sensíveis a apelar à caixinha de lenços de papel, há de se enfatizar o brilhantismo da atuação de seu elenco. Gabourey dá um show – a atriz já tem ninguém menos que Tom Hanks como fã – , mas quem arrasa de verdade é a atriz Mo’nique, que interpreta Mary, a sua mãe. Ela é capaz de fazer com que o espectador queira voar da poltrona do cinema, adentrar a tela gigante e literalmente esfolá-la viva, tão perversa, dissimulada e fria sua personagem demonstra ser.

Apesar do papel de mediana importância, Mariah Carey (quase irreconhecível) também mostra seu talento de aprendiz atrás das câmeras e sem um microfone na mão para hipnotizar seus fãs com seus agudos perfeitos. Como a assistente social senhorita Weiss, ela convence.

O cineasta Lee Daniels – gay assumido e também abusado na infância – caprichou nos detalhes mais sutis e sentimentais e na atuação de seu elenco, deixando o toque mais teatral do cinema apenas para as cenas de sonho de Clareece. E esta escolha foi a melhor que Daniels poderia ter feito. Mesmo que Preciosa não fature o Oscar como Melhor Filme, o filme já foi premiado de qualquer forma somente pelo fato de ter sido um projeto que virou realidade. No final, é isso que conta.

(Eliane Maciel/Especial para brpress)

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