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Jeff Bridges como o decadente Bad BlakeJeff Bridges como o decadente Bad Blake

Louco e ‘Oscarizável’

(brpress) - Produção independente, Coração Louco traz Jeff Bridges de volta ao topo como cantor decadente e conquista crítica mundial. Por Eliane Maciel.

(brpress) – Coração Louco (Crazy Heart, EUA, 2009), que estreia nesta sexta-feira (19/02) em circuito nacional, chegou no momento certo – quase perdendo sua deixa e ficando para 2010. A produção, dirigida por Scott Cooper, é uma adaptação do romance de Thomas Cobb e está na lista do Oscar indicado a três categorias diferentes: Melhor Ator (Jeff Bridges), Melhor Atriz Coadjuvante (Maggie Gyllenhaal) e Melhor Canção Original (The Weary Kind), sem falar nos outros prêmios aos quais concorre.

 

          Para o 63º prêmio Bafta (British Academy of Film and Television Arts), a versão inglesa da Academia de Hollywood, que acontece neste domingo (21/02), Coração Louco concorre a Melhor Roteiro Adaptado, Música, Melhor Ator (Bridges) e Melhor Atriz (Maggie Gyllenhaal) – tudo isso sem falar no 67º Globo de Ouro, em que o filme levou Melhor Ator Dramático e Melhor Canção Original.

 

Decadente e derretido

 

          Coração Louco conta a história de Bad Blake, 57 anos e alcoólatra, cantor e compositor de música country em visível decadência, afastado de sua família e sem qualquer inspiração que possa substituir seu anonimato pela fama mais uma vez. Ele leva a vida realizando shows em cervejarias e boliches de terceira categoria, tendo em geral idosos como público.

 

          Os momentos de luz no fim do túnel que levantam o astral do charmosão Blake acontecem quando ele conhece a jovem jornalista Jean (Gyllenhaal), mãe solteira e que sabe que não pode acreditar em nada que Blake lhe prometa pois também possui um coração partido, e quando está no palco com Tommy Sweet (Colin Farrell), realizando seu grande sonho – que seria abrir um show para Tommy, seu protegido, que alcançou a fama e o sucesso.

 

Efeito T-Bone

 

          Jeff Bridges já foi indicado ao Oscar quatro vezes antes, sendo a primeira vez em 1975, com A Última Sessão de Cinema (The Last Picture Show, EUA), de Peter Bogdanovich, e agora está sendo bastante cotado por sua performance arrebatadora – principalmente pela musicalidade que trouxe ao filme de Cooper, mérito alcançado, segundo o próprio ator, somente pelo trabalho do amigo T-Bone Burnett, desde Portal do Paraíso (Heaven’s Gate, EUA, 1980).

 

          T-Bone é considerado um dos maiores especialistas em música popular norte-americana, do blue grass ao country de raíz e Bridges, logo no início da produção, chegou a recusar seu papel de Bad Blake porque não havia música no roteiro e só aceitou depois porque o amigo topou participar como co-produtor e realizando a trilha sonora de Coração Louco, baixando seu cachê (já que o orçamento do filme não é lá muito pomposo). Feliz combinação.

 

Demônios

 

          Em entrevista à revista Preview, Bridges disse que “a produção honra uma tradição e um universo que eu conheço muito bem e me faz feliz em reviver. A história de Blake me lembra a história de Sledge [personagem de Robert Duvall, em A Força do Carinho, que ganhou como Melhor Ator no Oscar], mas apresentada de modo mais cru, menos delicado. Aqui lidamos com um homem enfrentando seus demônios. É uma história imemorial em muitos aspectos, mas Cooper abordou-a de maneira original e com um senso de verdade, trabalhando com dimensões múltiplas, como nunca havia visto antes em Hollywood”.

 

(Eliane Maciel/Especial para brpress)

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