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Milla Jovovich como a Dra. Tyler presenciando a morte de seu maridoMilla Jovovich como a Dra. Tyler presenciando a morte de seu marido

É tudo verdade?

(brpress) - Contatos de 4º Grau tenta convencer que foi baseado em fatos mais que reais – estratégia para atrair público, além da presença da modelo Milla Jovovich. Por Eliane Maciel.

(brpress) – O mais recente filme com a modelo e atriz russa Milla Jovovich, Contatos de 4º Grau (The Fourth Kind, EUA, 2009), com direção de Olatunde Osunsanmi, que já estreou nos EUA em novembro de 2009 e estreia nesta sexta (01/01), no Brasil, confunde a cabeça de quem assiste sem se informar antes. Pode ser divertido, a princípio. Mas a graça pode acabar.

Em relação à produção, não há nada demais – sem efeitos, sem fotografia atraente, sem atuações brilhantes. Aliás, d qual filma com Milla Jovovich você é capaz de se lembrar além de O Quinto Elemento (The Fifth Element, EUA, 1997)? Difícil. O artifício usado para que atrair o público é a tal veracidade da história real.

O fato é que tal campanha foi responsável pela arrecadação de mais de US$ 20 milhões com a estreia do filme na terra do Tio Sam. A produção toda custou US$ 10 milhões. Mas a mesma campanha foi a responsável, também, pelo fracasso de crítica. Isso porque o filme, na verdade, é puramente ficcional.

Para confundir

Diferente do que aconteceu em Atividade Paranormal (Paranormal Activity, EUA, 2009), o seu “grande concorrente” (esse sim, um filme que vale a pena, pelas curiosidades que o rondam), os produtores de Contatos de 4º Grau parecem ter tido a intenção de realmente confundir o público.

O filme começa com a atriz Milla Jovovich, como ela mesma, advertindo as pessoas que tudo foi baseado em fatos reais, com material original, dentre fitas K7 e gravações em vídeos de mais de 65 horas e que tudo o que fosse ser testemunhado, poderia vir a ser totalmente perturbador. É alegado também que todo o material veio diretamente do arquivo de pesquisa da psiquiatra Dra. Abigail Tyler (protagonizada por Jovovich), que clinicava na cidade de Nome, no Alaska, e que hoje se encontra com suas faculdades mentais abaladas devido a tudo o que acontecera em sua vida na época.

Abduzidos

O que a atriz quer dizer com tudo isso, e que o filme explica (mas não tão profundamente como um público de cinema realmente gostaria), é que os casos com estes pacientes eram situações de abduções alienígenas (que os especialistas chamam de “contato de 4º grau”).

A psiquiatra recebe pacientes perturbados e que não se conhecem entre si, mas que contam a mesma história. À noite são atormentados pela visão de uma coruja branca. Aos poucos, estes pacientes vão sendo acometidos por crises de insônia, e eventualmente enlouquecem ou morrem de alguma forma. A Dra. Tyler é acusada de colaborar com estes acontecimentos devido às suas práticas de hipnose.

O ponto forte do filme é a mistura de cenas “fictícias” com as cenas “reais” do arquivo da Dra. Tyler e o contraste destas cenas, que, em muitos momentos, remetem a algo parecido com Atividade Paranormal, com um documentário mais amador. E o que salva (se é que podemos dizer que o filme pode ser salvo) é fazer-nos acreditar que tudo aquilo é verdade.

O filme não é tão longo – uma hora e meia praticamente. E, no final, aparecem frases na tela com informações “reais” a respeito dos acontecimentos e também posteriores a eles.

Segundo o jornal diário Anchorage Daily News, que circula na cidade de Anchorage, no Alaska, uma investigação foi realizada e nada foi encontrado que confirmasse a existência de uma Dra. Tyler ou de casos semelhantes aos mostrados no filme. No mês de lançamento nos EUA, o estúdio Universal concordou em pagar a quantia de US$ 20 mil dólares ao Alaska Press Club, pelo fato de ter usado a história de arquivos falsos de acontecimentos locais para promover o filme.

A Universal, depois, confirmou que armou o circo. E continua faturando em bilheteria.

(Eliane Maciel/Especial para brpress)

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