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Deborah Secco é Bruna Surfistinha.DivulgaçãoDeborah Secco é Bruna Surfistinha.Divulgação

Fale bem, fale mal, fale dela

(brpress) - Bruna Surfistinha arrecada R$ 4.2 milhões no fim de semana de estreia e peca por tentar explicar razões de garota classe média optar pela prostituição. Por Caesar Moura.
(brpress) – Bruna Surfistinha marcou a segunda maior abertura do ano em bilheteria e público no Brasil. Exibido em 342 salas, o longa teve 400.412 ingressos vendidos e arrecadou R$ 4,2 milhões em seu fim de semana de estreia. As informações são do site Filme B. Com esses números, o filme fica atrás apenas da animação Enrolados, da Disney. A adaptação da história da Rapunzel registrou bilheteria de R$ 7,6 milhões em sua estreia, com mais de 632 mil espectadores.

    Bruna Surfistinha é um filme ao qual você precisa se permitir. Menos pela polêmica, que ainda hoje a “profissão mais antiga do mundo” gera, mas por todos pré-conceitos que vieram acompanhados desse lançamento.

    O primeiro deles é o filme ser dirigido por um novato, o segundo deles é por ter Deborah Secco como protagonista e que há tempos anda devendo ao público uma grande atuação. Permita-se. Bruna Surfistinha, o filme, é bom.
 
    A jovem Raquel (Deborah Secco), filha de classe média paulistana, um dia sai de casa e toma uma decisão surpreendente: virar garota de programa. Em pouco tempo, transforma-se em Bruna Surfistinha e passa a ser uma celebridade nacional, contando sua rotina em blog da internet.

Atriz X timing

     Essa é a premissa para um filme que supera os pré-conceitos do espectador. A direção de Marcus Baldini, até então focado em filmes publicitários e videoclipes, debutando a frente de um longa, mostra-se relutante, quase que assustado diante de uma Deborah Secco ávida, literalmente despida e com uma vontade enorme de acertar.

    Mas ainda assim, Marcus tenta imprimir um estilo (usando bastante desfoque, traduzindo a visão muitas vezes embaçada da realidade que cerca Bruna/Raquel). E tem tanto cuidado para que a edição final não deixe o filme com cara de clipe que muitas vezes desacelera demais.

     Se Marcus pecou – em meio a tantos acertos – foi só nisso: em tentar se distanciar demais do diretor de videoclipe que poderia sim, aqui e ali, ter dado uma grande contribuição a narrativa. O roteiro é todo calcado na personagem central, desperdiçando excelentes sub-tramas que trariam um brilho a mais para a história.

    Sem falar que, se ele não tentasse explicar tanto as razões de uma garota classe média a optar pela prostituição, o filme ganharia e muito.

    Avassaladora

    Destaque para Drica Moraes, avassaladora em sua participação especial, onde não desperdiça um take sequer, e para Cassio Gabus Mendes que, finalmente, depois de tantos anos de TV, se mostra um bom ator, numa atuação sóbria, inspirada e cativante. 

    As palmas ficam para Deborah Secco que mostrou que, apesar da fama e todo o engessamento que ela traz, ainda existe dentro dela aquela menina andrógina vinda do teatro e com sede de realização. Sua Bruna pode até não ser como a da vida real, mas é incrivelmente bela e triste.
 
(Caesar Moura/Especial para brpress)

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