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Lily Gladstone e Isabel Deroy-Olson em O Rito da Dança. Foto: Apple TV+Lily Gladstone e Isabel Deroy-Olson em O Rito da Dança. Foto: Apple TV+

Lily Gladstone abraça resistência indígena em O Rito da Dança 

Como protagonista e produtora-executiva do filme, atriz retoma questões de identidade e luta por dignidade das mulheres nativas americanas.

(brpress) – Cerca de um ano após a esnobada do Oscar em Lily Gladstone, que concorreu a Melhor Atriz por Assassinos da Lua das Flores (Killers of the Flower Moon, 2023), a primeira atriz de origem indígena a disputar a premiação e a ganhar o Globo de Ouro e SAG Awards volta às raízes em O Rito da Dança (Fancy Dance, 2024), estreia da Apple TV+, em 28/06. 

Com cara e tom de produção independente, bem diferente do espetacular Assassinos da Lua das Flores (que, embora um dos melhores filmes em competição no Oscar 2024, saiu de mãos abanando), O Rito da Dança também denuncia a discriminação, exclusão e precariedade da vida nas comunidades de povos originários da América do Norte. Apesar da temática pesada, é um filme leve e lírico muito por conta da suavidade e naturalidade de Gladstone como a tia desajustada Jax, cuidadora da sobrinha adolescente Roki (Isabel Deroy-Olson, ótima).

Diretora indígena

Com produção-executiva da atriz, que estudou o Teatro do Oprimido, do brasileiro Augusto Boal LINK, o filme é o primeiro longa da diretora também indígena Erica Tremblay. Roteirista de Réservation Dogs (Disney+), série com diretores, escritores e atores indígenas sobre quatro adolescentes nativos americanos crescendo em uma reserva em Oklahoma, a diretora imprime um olhar feminino, feminista e sensível à realidade das mulheres indígenas: sub-representadas e discriminadas.

É para o mesmo estado que Tremblay leva Jax e Roki. Ambas vivem numa região meio favelizada (para os padrões americanos), na nação indígena Seneca-Cayuga, quase sem dinheiro, fazendo bicos. Jax é “avião” de traficantes de drogas, namora uma stripper e está obcecada em encontrar a irmã e mãe de Roki, desaparecida. A menina é especialista em shop lifting – rouba lojas de conveniência e o que mais der vontade ou tiver necessidade. A tia reprova mas não consegue quebrar o ciclo da pobreza.

Fuga do establishment

Tudo fica mais turvo quando chega o assistente social para dar a guarda da menina aos avós brancos. Jax tenta se conformar e se comportar mas não consegue. E quando a esperada ida das duas ao Powwow – encontro nacional de povos nativos norte-americanos –, é negada pelos novos tutores da sobrinha, o jeito é tomar uma atitude radical. 

Temos então um road-movie ainda que tímido comparado aos clássicos do gênero, com um gostinho de Thelma e Louise, quando consideramos a cumplicidade entre tia e sobrinha fugindo do establishment e das dores do dia-a-dia rumo à celebração da tradição, resistência e identidade.

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(Juliana Resende, brpress)

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