Survival apoia protestos indígenas
(Londres, brpress) - Índio amazonense Nixiwaka Yawanawá foi centro das atenções numa manifestacão organizada pela ONG.
(Londres, brpress) – Numa semana em que cerca de 1,5 mil índios brasileiros de 305 etnias tomaram conta da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que submete ao Congresso a decisão sobre demarcação de terras indígenas, em Londres, o índio Nixiwaka Yawanawá, da Amazônia, foi o centro das atenções numa manifestacão organizada pela ONG Survival International .
O protesto ocorreu em frente à Embaixada Brasileira, na capital britânica, em 02/10 – mesmo dia em que houve confusão em Brasília. com os índios dispersados com gás de pimenta pela polícia. Nixiwaka Yawanawá afirmou ter ido a Londres para “chamar a atenção do mundo sobre o quão violados estão sendo os direitos indígenas no Brasil”.
PEC 215
O principal alvo de protesto é a PEC 215. Defendida por parlamentares ruralistas, a PEC alteraria o processo de demarcação de terras indígenas, que hoje é uma atribuição do Poder Executivo, conduzida pela Funai (Fundação Nacional do Índio) e chancelada pelo Ministério da Justiça e pela Presidência da República. Se a PEC for aprovada, as demarcações ficarão a cargo do Congresso.
“Estas novas leis tiram dos índios o poder de decidir sobre nosso próprio território”, diz Yawanawá. A PEC poderá designar terras indígenas para abrigar bases militares, mineradoras, madeireiras e outros projetos industriais. A Survival Internacional lembra que projetos como este seriam desastrosos para etnias como os Guarani, que já sofrem com a a violência extrema de fazendeiros e jagunços. Isso sem falar na etnia Awá, considerada pela ONG a tribo mais ameaçada do planeta, por invasões em larga escala e destruição de suas terras.
‘Sentença de morte’
O diretor do Survival Internetional, Stephen Corry, classificou a PEC 215 como “uma sentença de morte para os primeiros habitantes do Brasil – tribos que não sobreviverão se suas terras forem roubadas”. Ele continua: “Enquanto o Brasil se prepara para receber fãs de futebol, de todo o mundo, estamos divulgando o que o país está fazendo com seus índios para o maior número de pessoas possível”.