Naná Vasconcelos: sons da floresta na megalópole
(São Paulo, brpress) - Percussionista repete show em que foi ovacionado no Bourbon Festival Paraty 2015, em apresentação única na casa que produz o evento com o violoncelista Lui Coimbra. Por Juliana Resende.
(São Paulo, brpress) – Depois de uma incrível apresentação gratuita – e ovacionada – no Bourbon Festival Paraty 2015, o percussionista Naná Vasconcelos prepara-se para mais um show na casa paulistana que produz o evento, o Bourbon Street Music Club, nesta terça (02/06), às 21h30. Ele deve reproduzir na megalópole os sons da floresta com auxílio do público, como fez em Paraty, no domingo (31/05), com o violoncelista Lui Coimbra, que, além de tocar vários instrumentos de cordas, revela-se um cantor e compositor de grande talento.
Eleito oito vezes como melhor percussionista do mundo pela revista americana Down Beat, seu último trabalho autoral foi o CD 4 Elementos, lançado em 2012. Mas o gênio criativo Naná Vasconcelos está sempre em constante atividade – seja comandando 600 batuqueiros de doze nações de maracatu no carnaval recifense, seja fazendo a trilha de filmes como O Menino e o Mundo, consagrado como melhor filme pelo júri e público, no Festival de Cinema de Animação de Annecy, na França, o mais importante do gênero no mundo.
Quatro elementos
Inspirando-se nos quatro elementos da natureza, água, ar, terra e fogo, o percussionista cria e recria sons em composições originais. O resultado é genial, inventivo, instigante. Além da emoção, o ouvinte é convidado a uma escuta diferenciada. Naná se apodera de soluções inesperadas quando utiliza um saquinho de salgadinho para representar o fogo, entre outras surpresas advindas de sua suprasensibilidade sonora.
Juvenal de Holanda Vasconcelos nasceu no Recife, em 2 de agosto de 1944. Mesmo depois de duas décadas tocando pelo mundo – morou em Paris e Nova York – as influências de sua terra estão presentes em tudo o que faz. Dotado de uma curiosidade intensa, indo da música erudita do brasileiro Villa-Lobos ao roqueiro Jimi Hendrix, Naná aprendeu a tocar praticamente todos os instrumentos de percussão, embora nos anos 60 tenha se especializado no berimbau.
A virada
Depois das mais variadas experiências musicais, Naná Vasconcelos mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar com Milton Nascimento. Em 1970, o saxofonista argentino Gato Barbieri convidou-o para juntar-se ao seu grupo. Apresentaram-se em Nova York e Europa, com destaque para o festival de Montreaux, na Suíça, onde o percussionista encantou público e crítica.
Ao término da turnê, fixou residência em Paris, França, durante cinco anos, onde gravou o seu primeiro álbum – “Africadeus” (71). No Brasil, Naná gravou o seu segundo disco Amazonas (72). Começou, então, uma bem-sucedida parceria com o pianista e compositor Egberto Gismonti, durante oito anos, que resultou em três álbuns – Dança das Cabeças, Sol do Meio-Dia e Duas Vozes.
Internacional
De volta a Nova York, formou o grupo Codona, com Don Cherry e Colin Walcott, também gravando e fazendo turnê com a banda do guitarrista Pat Metheny. Trabalhando com artistas das mais variadas tendências, Naná Vasconcelos gravou com B.B. King, com o violinista francês Jean-Luc Ponty e com o grupo de rock americano Talking Heads, liderado por David Byrne.
Nessa altura, Naná já havia trabalhado nas trilhas dos filmes Procura-se Susan Desesperadamente, de Susan Seidelman, estrelado por Rosanna Arquette e Madonna, e Down By Law, do cultuado diretor Jim Jarmusch, além de Amazonas, de Mika Kaurismäki.
Berimbau eletrônico
O trabalho de Naná sempre demonstrou a amplitude do seu talento, e nos anos 80 gravou o disco Saudades, concerto de berimbau e orquestra. Depois, vieram os álbuns Bush Dance e Rain Dance, suas experiências com instrumentos eletrônicos.
Daí por diante, Naná esteve envolvido mais diretamente com o cenário musical brasileiro ao fazer a direção artística do festival Panorama Percussivo Mundial (Percpan), em Salvador, e do projeto ABC Musical, além de participações especiais em álbuns de Milton Nascimento, Caetano Veloso, Marisa Monte e Mundo Livre S/A, entre outros.
Bourbon Street | Rua Dos Chanés, 127 – Moema – SP
Bilheteria Bourbon Street: Rua dos Chanés 194 – de 2ªf.a 6ª.f das 9h às 20h, sábado e feriado das 14h às 20h
Fone para reserva: (11) 5095-6100 (Seg. a sexta) das 10h às 18h
Abertura da casa: 20h
Duração: 80 min. aproximadamente
Couvert Artistico: R$ 90,00 (1º. Lote)
Venda também pela
Ingresso rápido – 11 4003 1212 – www.ingressorapido.com.br
Censura: 18 anos e 16 anos acompanhado de responsável
Capacidade: 450 pessoas
Estacionamento/ Valet: R$ 25,00
Aceita todos os cartões de débito e crédito.
Acessibilidade motora
Ar condicionado.