Helena Bonham Carter fala sobre seu papel em Suffragette
(Londres, brpress) - Edith Ellyn é homenagem à Edith Garrud, que ensinava jiu-jitso às integrantes do movimento sufragista. Por Juliana Resende.
(Londres, brpress) – Aos 50, a atriz inglesa Helena Bonham Carter não pode reclamar dos papéis que tem conquistado – se são grandes, ela corresponde; se são menores, ela os engrandece. É assim com a médica rebelde no filme Suffragette, Edith Ellyn. “Quando li sobre essa maravilhosa mulher, fiquei intrigada com sua força e determinação”, conta.
O nome da personagem – a mais radical entre todas as suffragettes – é uma homenagem à Edith Garrud, uma galesa que se tornou instrutora de jiu-jitso enquanto integrante do movimento sufragista, no intuito de ajudar as mulheres a se defenderem das investidas violentas da polícia durante as manifestações pelo direito feminino ao voto, no começo do século 20, na Inglaterra.
À luta
“Um dos argumentos mais idiotas contra o direito feminino ao voto era de que as mulheres não podiam lutar e defender o país nas guerras. Mas se Edith Garrud, que era baixinha e atarracada podia, todas podiam”, diz Helena. A atriz disse que aprendeu um pouco de auto-defesa e que o fato de ser uma luta baseada em habilidade e não em força bruta a fascinou ainda mais e que era perfeito para o contexto do filme.
Suffragette (ainda sem data de estreia no Brasil) abriu o 59o. BFI London Film Festival, em 07/10/15, com uma première marcada por manifestações da ONG Sisters Uncut, contra cortes no orçamento do governo britânico destinado a verbas contra a violência doméstica. “Tudo a ver com o filme, certamente”, disse Helena, no Red Carpet.
Caricata e dramática ao mesmo tempo, Helena Bonham Carter trafega com desenvoltura entre personagens tão diversos quanto a Fada-Madrinha, em Cinderela, a Rainha Elizabeth, em O Discurso do Rei, a mulher do barbeiro carniceiro da Fleet Street, em Sweeney Todd. Prometido ainda para 2015, o filme 55 Steps, traz Helene em mais um papel feminista e histórico: Eleanor Reise, que lutou pelo direito dos doentes mentais conscientes de terem a última palavra sobre os medicamentos dados a eles nos hospitais.
Leia mais sobre o filme Suffragette na nossa reportagem especial para a revista TPM, aqui.
(Juliana Resende/brpress)