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Paulo Mendes da Rocha ganha prêmio máximo britânico

(Londres, brpress) - Brasileiro foi anunciado vencedor da prestigiosa Royal Gold Medal, concedida pelo Royal Institute of British Architects (RIBA).

(Londres, brpress) – 2016 é o ano de Paulo Mendes da Rocha. Não que o superstar da arquitetura brasileira reconhecido nos quatro cantos do mundo precise ser mais incensado. Mas nunca é muito em se tratando da magnitude e beleza do conjunto de sua obra – que lhe rendeu o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza este ano, prêmio até então nunca atribuído a um brasileiro. Setembro parece não ter fim para o arquiteto de 87 anos. Após ganhar o Prêmio Imperial do Japão em 13/09, ele foi anunciado nesta quinta (29/09) o vencedor da igualmente prestigiosa Royal Gold Medal, concedida pelo Royal Institute of British Architects (RIBA).

Com a honraria britânica – a mais alta premiação da arquitetura no Reino Unido, chancelada pela Rainha Elizabeth e que será entregue no início de 2017 –, o “revolucionário e transformador” arquiteto capixaba (PMR nasceu em Vitória), de acordo com a RIBA, é o segundo brasileiro a integrar o rol de notáveis comoZaha Hadid (2016), Frank Gehry (2000), Norman Foster (1983), Frank Lloyd Wright (1941), George Gilbert Scott (1859) e Oscar Niemeyer (1998). Paulo Mendes da Rocha também já foi agraciado com o Prêmio Pritzker, em 2006, e com o Prêmio Mies van der Rohe, por seu projeto de renovação da Pinacoteca de São Paulo, em 2000. 

Brutal 

O arquiteto é famoso por sua abordagem brutalista – movimento arquitetônico encabeçado por Le Corbusier, inspirado no construtivismo russo e desenvolvido por arquitetos modernos entre as décadas de 50 e 60, que propunham deixar à mostra a estrutura das edificações, como vigas de concreto armado e aço, desprezando a “ornamentação desnecessária”. 

Com essa estética, Paulo Mendes da Rocha vem deixando um importante legado no país e, especialmente, em São Paulo, onde o arquiteto assina o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1975), o Museu Brasileiro da Escultura (1988) e o Clube Atlético Paulistano, pelo qual ganhou o Prêmio Presidencial na Bienal de São Paulo, em 1961.

A presidente da RIBA e chefe do comitê de seleção da Royal Gold Medal, Jane Duncan, define a obra de Mendes da Rocha como “altamente diferenciada em comparação à maioria dos trabalhos dos mais celebrados arquitetos do mundo”. Apesar de ainda ser relativamente pouco conhecido em âmbito internacional – ganhou mais notoriedade com a assinatura do Museu dos Coches, em Lisboa, no ano passado –, o brasileiro foi considerado pelo crítico Clive Walker, do Architect’s Journal, “o mais conhecido desconhecido” no universo arquitetônico global. Para Jane Duncan, isso se dá “pelo fato de suas obras-primas estarem todas no Brasil”. 

Cidades brasileiras 

Numa entrevista recente ao programa Milênio, da Globonews, Paulo Mendes da Rocha disse que a falta de planejamento das grandes cidades brasileiras se reflete na baixa qualidade estética e estrutural das edificações: “Sem planejamento urbano não pode haver arquitetura”. Para ele, “uma das mais extraordinárias belezas no plano urbano das cidades brasileiras são as favelas.”

Sobre a construção de Brasília, ele afirmou à rede alemã Deutsche Welle,  que transferir a capital federal do Rio de Janeiro para o cerrado “foi um grande tropeço político”, apesar de “isso não ter nada a ver com a obra de Niemeyer, que é altamente criativa”. 

Adorando Tóquio

A cidade que parece mesmo encantar o mestre é Tóquio, onde ele recebe o prêmio dia 18 de outubro das mãos do príncipe Hitachi (uma medalha e R$ 480 mil) e onde uma exposição com desenhos, fotos e textos de seus projetos mais conhecidos abriu em 24/09, na Galeria GA. PMR assinou o Pavilhão do Brasil na Feira Universal de Osaka, em 1970. “O tempo em que passei em Tóquio foi uma das maiores aventuras de minha vida”, derrete-se o arquiteto.

 

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