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Denzel Washington e Viola Davis em cena de Um Limite entre Nós. Foto: DivulgaçãoDenzel Washington e Viola Davis em cena de Um Limite entre Nós. Foto: Divulgação

Fences derruba cercas emocionais

(brpress) - Fences (Um Limite Entre Nós, título em português) é sobre cercas. Sobre o que está do lado de dentro e do lado de fora delas, sobre consequências, escolhas, oportunidades ou falta delas. Por Juliana Resende.

(brpress) – O filme Fences (“Cercas”, em tradução literal), terceiro dirigido por Denzel Washington, ganhou um título pernóstico em português: Um Limite Entre Nós. Oi? Mas a história é justamente sobre o contrário: o quão longe se pode ir, seja materialmente seja emocionalmente, independente das circunstâncias. 

O filme indicado a quatro Oscar (Melhor Filme, Melhor Ator para Denzel Wahington, Melhor Atriz Coadjuvante para Viola Davis e Melhor Roteiro Adaptado da peça escrita pelo americano August Wilson, ganhador do Prêmio Pulitzer de 1987)  tem pré-estreias durante o Carnaval, até estrear oficialmente no Brasil em 02/03. O drama também estrelado por Denzel (é um de seus melhores trabalhos dos últimos tempos) tangencia temas paralelos à família, como pobreza, discriminação, machismo e trabalho.

Coadjuvante quase protagonista

Viola Davis realmente dá um show como o arrimo emocional da família Maxon e deve levar a estatueta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, neste domingo (26/02). Ela já papou o BAFTA e o Globo de Ouro pelo papel em Fences e foi a primeira atriz negra da história a ganhar um Emmy na categoria de Outstanding Lead Actress in a Drama Series (“Atriz Fenomenal em Série de Drama”, em tradução literal),  O feito, em 2015, se deu pela sua atuação em How to Get Away with Murder.

Fences é sobre cercas, evidentemente. Sobre o que está do lado de dentro e do lado de fora delas, sobre consequências, escolhas, oportunidades ou falta delas. Há muito simbolismo no filme – da bola ao taco de beisebol, da cruz no pescoço de Viola ao trumpete mudo do tio delirante. É o silêncio ensurdecedor do racismo, da escravidão e da formação da população negra americana como sub-cidadãos. É o som estridente das mudanças de comportamento e da sociedade.

Relações em xeque

Tudo gira sob a ótica meio míope – com o olhar vidrado e endurecido por experiências traumáticas de vida – do lixeiro Troy Maxson (Denzel) e os conflitos que permeiam suas relações sociais e familiares. Casado com Rose (Viola), ele se esforça para sobreviver num ambiente hostil aos negros mas também em transformação. Troy não aceita nem acredita que seus filhos possam ter uma vida melhor que a sua seguindo carreiras não tradicionais. 

É um sintoma das idiossincrasias que insistem em mexer com as certezas de Troy e, apesar de suas limitações, fazer suas brutalidades compreendidas, ainda que não totalmente justificáveis. Um filme emocionante para entender a complexidade da vida e de uma América que insiste em ser “grande” de novo. 

(Juliana Resende/brpress)

Assista ao trailer de Um Limite entre Nós:

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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