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Gael García Bernal e Luís Grecco disputam o protagonismo em Neruda. Foto: DivulgaçãoGael García Bernal e Luís Grecco disputam o protagonismo em Neruda. Foto: Divulgação

Gael rouba a cena em Neruda

(brpress) - Como policial enredado na obra nerudiana, Gael García Bernal entra no clima delirante que o diretor chileno Pablo Larráin imprime à “antibiografia” do poeta. Por Juliana Resende.

(brpress) – Fã do ator Gael García Bernal? Em Neruda (2016), que estreou no Brasil na mesma semana em que foi um dos indicados ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro (e segue rumo ao Oscar), o mexicano rouba a cena. Isso apesar de o protagonista Luís Grecco ser ótimo e ter uma semelhança incrível com Pablo Neruda.

O filme é um delírio do diretor chileno Pablo Larraín, que também assina Jackie, filme sobre Jacqueline Kennedy, personagem sobre a qual muito se conhece de sua vida pessoal, ao contrário de Neruda. Por isso, Larráin preferiu uma “antibiografia” do poeta, Nobel de Literatura em 1971, seu conterrâneo.

O filme se passa nos anos 40, quando Neruda caiu na clandestinidade. Larraín se aproveita do enclausuramento para explorar a relação do poeta com camadas desfavorecidas da sociedade, com o sexo oposto e com os camaradas encarregados de protegê-lo. 

Protagonismo

Surreal como os escritos de Neruda, o filme é totalmente “nerudiano” – até o policial que persegue o escritor comunista, Oscar Peluchonneau (Gael), acaba enredado na obra libertadora do poeta e político, afirmando querer nada menos que o protagonismo nesta história – posto reservado à política.

Neruda era senador e o filme mostra a perseguição dele pelo governo de Gabriel Gonzáles Videla,  eleito presidente como líder da Aliança Democrática, composta entre outros pelo Partido Radical e pelo Partido Comunista, liderado por Neruda. Porém, em 1947, as eleições municipais deixaram clara a ascensão do PC em pleno cenário da Guerra Fria. Diante desta situação, e sob influência do macartismo norte-americano, González Videla expulsa o PC de seu governo e se converte em seu férreo opositor.

Neruda pincela o pré-regime terrorista do ditador Augusto Pinochet – cujos horrores Larraín explorou na trilogia que vai do golpe (Post Mortem, de 2010)  ao plebiscito que o encerrou (No, 2012), passando por seu auge (Tony Manero, 2008) e que aparece de relance no filme como chefe de um campo de concentração de presos políticos.  

Há sempre uma nuvem de fumaça entre o real e o imaginário, ainda mais presente na s cenas de Peluchonneau, com seu paradoxal repúdio e admiração pelo poeta comuna que desfruta de privilégios, luxos e paixões os quais ele inveja – sem falar no glamour intelectual e artístico. 

Em 1965, Neruda foi outorgado o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. No mesmo ano, ele lê para mais de 100 mil pessoas no Estádio do Pacaembu em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes. Após o prêmio, Neruda é convidado pelo então presidente chileno Salvador Allende para ler para mais de 70 mil pessoas no Estadio Nacional de Chile. Mas o filme não chega até aí. 

(Juliana Resende/brpress) 

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Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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