
História de amor metafísico
(brpress) – Assim o cineasta português Manoel de Oliveira define seu novo filme, O Estranho Caso de Angélica, com participação especial de atriz e co-produção brasileiros.
(brpress) – O Estranho Caso de Angélica, o novo filme do cineasta português Manoel de Oliveira, definido como uma história de amor metafísico, terá sua estreia mundial no 63º Festival de Cannes. O filme é uma co-produção de Portugal, França, Espanha e Brasil. A Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, em colaboração com o Ministério da Cultura e o Fundo Nacional de Cultura compõem a participação brasileira.
Manoel de Oliveira também elogiou a participação especial da atriz brasileira Ana Maria Magalhães, que atuou ao lado dos portugueses Luis Miguel Cintra, José Manuel Mendes, Susana Sá, Adelaide Teixeira e Ricardo Trepa.
Falecida
Passado na década de 1950, o filme começa com um fotógrafo hospedado numa pequena pensão. Este é subitamente acordado tarde da noite para que vá fotografar uma linda moça que acabara de falecer. O fotógrafo que está na região do Douro para documentar antigos métodos de trabalho nas vinhas, fica perturbado pela imagem da falecida.
O filme foi escrito em 1947 pelo próprio Manoel de Oliveira, influenciado por suas perturbações com os crimes de Hitler e do regime nazi-fascista. Só que o projeto teve de ser arquivado por ser proibido nos anos de salazarismo em Portugal.
“Pensei nisso no período do nazi-fascismo, mas agora também estamos passando por um período agressivo, com o terrorismo e com este descalabro financeiro do mundo”, disse Manoel de Oliveira, ao anunciar a rodagem de seu novo filme em março passado, aos quase 101 anos de idade.