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Will Smith: química com Josh Brolin em Homens de Preto 3. DivulgaçãoWill Smith: química com Josh Brolin em Homens de Preto 3. Divulgação

Homens de Preto 3 reencontra o bom humor do passado

(brpress ) - Não é que Homens de Preto 3 consegue fugir do óbvio e concluir a trilogia com dignidade? Por Leonardo Vinicius Jorge.

(brpress ) – Nesses tempos de franquias e nostalgia em Hollywood, era inevitável o retorno de Homens de Preto, mesmo após o longo intervalo de uma década do capítulo anterior. Afinal, juntos, os dois filmes somam US$ 1 bilhão e nenhum produtor deixaria tamanho potencial para trás. O problema é que Homens de Preto 2 (2002) contentou-se apenas em reprisar piadas e efeitos especiais e a marca ficou desgastada. Mas não é que Homens de Preto 3 consegue fugir do óbvio e concluir a trilogia com dignidade?

    Trata-se de uma surpresa, já que eram muitas as variáveis negativas, a começar por um roteiro escrito por quatro canetas: Etan Cohen (Trovão Tropical), David Koepp (Guerra dos Mundos), Jeff Nathanson (Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal) e Michael Soccio (série The King of Queens). Some-se a isso a direção de Barry Sonnenfeld, que ainda é uma surpresa a cada filme: se ele realizou o primeiro Homens de Preto (1997) e os dois A Família Addams (1991 e 1993), também entregou bombas como As Loucas Aventuras de James West (1999) e Férias no Trailer, seu último trabalho no cinema, em 2006.

Will Smith

    E ainda havia a dúvida quanto a Will Smith, o último grande astro capaz de levar multidões aos cinemas, mas que não trabalhava como ator desde Sete Vidas, em 2008. Quando ainda estava na casa dos 20 anos, em 1997, um Smith tagarela e piadista funcionava. Mas e hoje, com mais de 40?

    Como as brincadeiras com ETs escondidos na sociedade já ficou velha, a grande solução de Homens de Preto 3  foi oferecer um novo cenário à história e, em vez de mudar o local, mudou o tempo.

    Quando o extraterrestre criminoso Boris, o Animal (Jemaine Clement, da série The Flight of the Conchords) foge da prisão lunar, ele decide voltar no tempo e matar o Agente K (Tommy Lee Jones), alterando o curso da história. Para evitar o problema, o Agente J também volta no tempo e trabalha com a versão mais nova do Agente K, interpretado por Josh Brolin (Onde os Fracos não Têm Vez).

Anos 60

Ao levar a trama para os anos 1960, o filme pôde zombar das referências da época, seja com as questões de tecnologia ou com a temática cultural – como a ótima piada com Andy Warhol (Bill Hader, de Paul: O Fugitivo) e sua pop art.

    O maior acerto, no entanto, é a presença de Brolin. Ainda subaproveitado por Hollywood, o ator mostra seu talento ao imitar com grande fidelidade os traquejos, o comportamento e até a feição de Tommy Lee Jones (Capitão América: O Primeiro Vingador). No fim, sua versão jovem do Agente K é mais divertida que a original e resultou refrescante na interação com o personagem de Smith.
   
    O humor continua apostando em piadas com referências, novamente utilizando celebridades (sim, Lady Gaga é um ET) ou elementos populares, caso do remédio Viagra. Mas é o ambiente sessentista que oferece os melhores momentos, principalmente as piadas racistas – por sinal, há uma citação a Obama que é hilariante.

Metafísica

   O roteiro não escorrega nos buracos e armadilhas inevitáveis dos paradoxos que envolvem viagem no tempo e até resgata questionamentos metafísicos do primeiro filme (como a genial conclusão das crianças ET jogando bolinha de gude) com a inserção de um interessante personagem (Michael Stuhlbarg, da série Boardwalk Empire), que enxerga múltiplas realidades.

    Acertadamente, Sonnenfeld colocou novamente os humanos como protagonistas, integrou os extraterrestres na narrativa e mostrou que ainda consegue entregar boas e divertidas cenas de ação. Mas seu maior mérito foi orquestrar todos os elementos para que convergissem numa boa aventura.

Apesar do péssimo primeiro ato, arrastado e sem graça, o filme engrena, aprofunda seus personagens e completa um ciclo de forma eficiente. Se a franquia renascer, seria até melhor por meio de um reboot do que um Homens de Preto 4.

(Leonardo Vinicius Jorge, do Pipoca Moderna/Especial para brpress)

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