Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Cena de O Policial (Ha-shoterCena de O Policial (Ha-shoter

Israel enfrenta outro inimigo

(Locarno, brpress) - O Policial, exibido na competição internacional de festival, mostra luta oficial de elite para combate ao terrorismo, não contra palestinos, mas contra crise econômica. Por Rui Martins.

(Locarno, brpress) – Diretor israelense do filme O Policial (Ha-shoter, 2011), exibido na competição internacional do Festival de Cinema de Locarno, Nadav Lapid utiliza a personagem de um policial da tropa de elite de combate ao terrorismo, Yaron, para tratar não da repressão aos palestinos, mas de um clima de insatisfação econômica interna que poderá levar a ações semelhantes às mostradas no filme. O filme foi premiado no Festival de Tel Aviv e vem provocando polêmicas em Israel.

Yaron é um sabra (policial anti-terrorismo) típico, forte, musculoso, corajoso, e, ao mesmo tempo, um futuro pai preocupado com a gravidez da esposa e fiel aos encontros com a família, mesmo porque os laços familiares são fortes entre israelenses, como salienta o próprio cineasta Nadav Lapid.

Yaron pertence à elite policial israelense e está sob processo, pois o grupo do qual fazia parte cometeu excessos (morte de adolescente e de um idoso) ao executar um líder palestino, envolvido em atos de terrorismo. Para evitar a punição e desligamento da tropa de todos, um soldado do grupo, com um câncer irreversível, assume os excessos cometidos, inocentando seus colegas de farda.

Primavera Árabe

O filme coincide com o clima de protesto em Tel Aviv, provocado pelos caros aluguéis e por um encarecimento da vida, em manifestações pacíficas que parecem se conetar com o movimento da Primavera Árabe, iniciado na Tunísia e que se alastrou pelos países vizinhos de Israel, contaminando agora o Estado hebreu.

Mas, antes disso, diz Nadav Lapid, já havia manifestações constantes de grupos israelenses de esquerda, chamados por ele de radicais, contra o muro de separação, que implicou na apropriação de áreas palestinas. Essas manifestações israelenses, consideradas por ele como “mini-revoluções”, embora pacíficas, são duramente reprimidas, como ocorre no filme.

Divididos

A história de O Policial consiste num sequestro cometido por um grupo israelense radical, revoltado com o empobrecimento da maioria e o enriquecimento de alguns, apelando, como nos movimento dos anos 60, aos soldados, na ilusão de serem ouvidos, para se unirem a eles.

O sequestro ocorre na cerimônia de casamento da filha de um dos bilionários, onde estão reunidas as famílias economicamente mais poderosas de Israel. O grupo é liquidado com a intervenção da tropa de elite, chamada a intervir. Resta vivo apenas um que se dividia entre o amor pela guerrilheira do grupo e sua convição política.

O cineasta acentua não querer denunciar nem os policiais e nem os extremistas radicais, apenas mostrar seus comportamentos. Nadav Lapid considera seu filme como uma antecipação do que poderá ocorrer em Israel, onde a juventude acostumada à pujança econômica poderá encabeçar um movimento geral de descontentamento.

(Rui Martins/Especial para brpress)

BOX – NA PALESTINA, UM FILME DE AMOR

(Locarno, brpress) – Tanathur conta uma história romântica entre duas pessoas muito diferentes em Jerusalém.

(Locarno, brpress) – Comentário de um crítico egípcio depois de ver o filme Últimos Dias em Jerusalém (Tanathur), do cineasta palestino Tawfik Abu Wael: “Mas é um filme israelense e não palestino!”.

A ausência das imagens conhecidas dos palestinos, num filme de amor, também foi discutida no encontro com a imprensa, provocando a resposta da atriz palestina Lana Haj Yahia: os palestinos também têm sua vida cultural, seu teatro, suas atividades normais como os israelenses, mesmo se vivem no lado Leste. Em outras palavras, os palestinos também têm sua burguesia, com seus típicos problemas existenciais e de amor.

O filme, é claro, mostra o muro, agressivo e bruto, separando as duas comunidades. Há também uma revista israelense, à qual o casal é submetido. Mas o conflito israelopalestino não aparece. É minimizado pelo caso de amor – complicado, por sinal, como qualquer outro casal.

Logo no início, há um tema polêmico: Iyad, a personagem atriz de teatro, sempre insatisfeita consigo mesma e instável, vai procurar um médico para abortar. O aborto é possível entre os palestinos do Fatah laico ou secular, maioria em Jerusalém, porém não seria possível na parte dominada pelo Hamas, islamita e/ou fundamentalista.

Burguesia

O cineasta Tawfik Abu Wael define seu filme como uma produção sem preocupação política, mas interessado em mostrar as relações entre duas pessoas. Ele, Nour, médico-cirurgião num hospital de Jerusalém; ela, Iyad, jovem, bela e ambiciosa atriz, filha de artista plástica de renome, pertencente à burguesia intelectual palestina.

Ambos vão emigrar para Paris, mas um acidente de ônibus com colegiais palestinos faz Nour cancelar a viagem, já no aeroporto, para retornar ao hospital e prestar socorro urgente aos feridos.

O filme é o resultado de uma coprodução israelopalestina, francogermânica e suíça. (R.M.)

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate