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Wallis (Andrea Riseborough) e Edward (James D Arcy) em cena de W.E. DivulgaçãoWallis (Andrea Riseborough) e Edward (James D Arcy) em cena de W.E. Divulgação

Madonna provoca com W.E.

A(brpress) - Acima do bem e do mal, segundo filme da performer é mais uma provocação daquela mulher que já deu tudo o que falar desde Na Cama Com Madonna. Por Juliana Resende.

(brpress) – W.E., novo filme de Madonna que estreia nesta sexta (09/03), no Brasil, tem muito da performer. Acima do bem e do mal (o longa tem sido bastante criticado e virou motivo de chacota no Festival de Veneza, onde foi lançado no ano passado), W.E. é mais uma provocação daquela mulher que já deu tudo o que falar desde Na Cama Com Madonna (1991).

    Na câmera, Madonna escancara agora o romance proibido da americana prafrentex Wallis Simpson (1896-1986) e de Edward VII  (1894-1972), rei britânico que abdicou do trono para casar com a intrépida (e exímia preparadora de dry martinis) plebeia oficialmente comprometida (ela era casada quando conheceu e engatou um affair sem freios com Sua Alteza).

    Por que o rei se engraça com a improvável Kate Middleton dos anos 30? Ora, Madonna trata logo de colocar um pouco dela mesma – modernidade, inteligência, estilo e, principalmente, uma sagacidade libertária à frente de seu tempo – na Wallis interpretada sem excessos por Andrea Riseborough.

    E quem não se interessaria por uma mulher com estas qualidades? Certamente não qualquer boçal, mais interessado em um bom par de coxas, peitos e, claro, na bunda. Wallis não tem atributos sexuais, como Madonna, mas sua emancipação e seu interesse pela política a tornam mais sexy que qualquer outra formalidade ou pretendente para Edward.

    Madonna fez de seu monarca um sujeito interessante, na pele de James D’Arcy – um bon vivant apaixonado, mais interessado em arte e festas que na realeza britânica, pouco importando se sua amante passaria pelo crivo do establishment. Não passou, é claro.  

Machismo

   O machismo e preconceito contra a mulher estão presentes o tempo todo no filme – mesmo nos momentos mais fúteis ou sofisticados. Wallis é tratada abertamente como prostituta, tanto pelos “lobos” da Fleet Street (até há pouco tempo, reduto dos vorazes e inescrupulosos tablóides ingleses, em Londres)  – “Olá Ms. Simpson, como vai seu marido?”, perguntam a ela, entre um e outro estupro por flashes –, quanto pela Rainha e cia.

    Mas Madonna, ela mesma uma eterna estrangeira no Reino Unido, transporta seu libelo feminista – ou seu alter-ego – para outros tempos: os atuais. O “link” é uma mulher jovem, consumida por um casamento opressor e infeliz, obcecada por Wallis Simpson. Wallis (sim, a personagem vivida por Abbie Cornish é xará da notável plebeia) sonha acordada com a transgressora história de amor enquanto bisbilhota objetos pessoais do casal num leilão.

    Carente e miserável, a Wallis atual cria diálogos improváveis com sua musa enquanto sofre todo tipo de humilhação nas mãos do marido psiquiatra e acaba nos braços do sedutor – e supreendente – segurança russo da Sotheby’s (Oscar Isaac, em quem Madonna fez muito bem em crescer o olho – mesmo que por trás da câmera).

(Juliana Resende/brpress)

Assista ao trailer de W.E.:

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Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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