Passageiros por uma vida
(brpress) - Filme do roteirista de Doutor Estranho mostra dois jovens com todo um futuro pela frente condenados à convivência – e quem sabe ao amor – eternos. No espaço. Por Juliana Resende.
(brpress) – Aparentemente inocente, mas explorando algumas questões existenciais, Passageiros (Passengers, 2016), que estreia nesta quinta (29/12), pode ser divertido – quando não força muito a barra em absurdos que é um engenheiro mecânico restaurar o sistema da uma meganave espacial – a que leva Jennifer Lawrence e Chris Pratt a um romance interestelar.
Ela é a jornalista e escritora Aurora Lane (uma referência à Lois Lane?) embarcada na Avalon junto a mais 4.999 passageiros (incluindo Pratt, na pele de Jim Preston), além da tripulação. Todos estão hibernando em sarcófagos individuais pois a viagem até a colônia da Terra Homestead II está estimada em 130 anos terrestres.
Só que uma chuva de meteoros acorda Preston e, depois de acessar mensagens pré-gravadas do inútil sistema de ajuda na nave, ele percebe que ainda faltam 90 anos de viagem – e voltar a hibernar não é uma opção. Ou seja: ele está condenado a morrer viajando pelo espaço e tenta se conformar com isso, afogando as mágoas em conversas surreais com o bartender andróide (e britânico) Arthur (Michael Sheen, ótimo).
Charme
Sua inteligência artificial não o impede de trocar diálogos tranquilizadores com Jim Preston – regados à bebida à vontade –, à medida em que ele vai enlouquecendo e se apaixonando por Aurora, que dorme. Jim então surta e acorda Aurora, fingindo ser um acidente. Daí começam as situações mais engraçadas do filme – dois jovens com todo um futuro pela frente condenados à convivência – e quem sabe ao amor – eternos.
Apesar do carisma da personagem de Lawrence – Aurora pretende passar um tempo em Homestead para escrever um livro sobre a viagem e a vida fora da Terra e voltar –, o roteiro de Jon Spaihts (o mesmo de Prometeus e Doutor Estranho) não se segura só no sexo. É aí que a coisa desanda com interferências que se tornam encheções de linguiça chatas e previsíveis.
Ficasse somente nas fantasias de dois perdidos numa viagem que vai durar uma vida, Passageiros teria mais sentido. E também de poupasse a audiência das aparições nonsense do membro da tripulação Gus Mancuso (Laurence Fishburne, longe do brilho do divisor de águas da ficção científica Matrix). O filme ainda tem Andy Garcia com o comandante Norris. Ambos, “velas”.
(Juliana Resende/brpress)
Assista ao trailer de Passageiros:
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