Trabalho brasileiro em Cannes
(brpress) - Trabalhar Cansa, primeiro longa de Juliana Rojas e Marco Dutra, é único filme do Brasil na competicão da 64a. edição do festival.
(brpress) – Trabalhar Cansa, primeiro longa de Juliana Rojas e Marco Dutra, vai fazer parte da seleção oficial do 64o. Festival de Cannes, a ser realizado entre 11 e 22/05, na França. Formados em cinema na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, Dutra e Juliana estão na faixa dos 30 anos e são os únicos representantes brasileiros na competição. Dividem espaço no programa com diretores famosos, como Gus Van Sant.
São Paulo
Com produção da Dezenove Som e Imagens, Trabalhar Cansa foi filmado nas cidades de São Paulo, Paulínia e Campinas, e usa a capital como cenário principal. Ele narra a história de Helena, mãe de família que resolve abandonar o posto de dona-de-casa para abrir seu próprio negócio: um mini-mercado.
O título Trabalhar Cansa vem de um poema do italiano Cesare Pavese (“Lavorare Stanca”), uma das fontes de inspiração para o tom do filme.
Estreantes e premiados
“Estamos muito felizes e meio tontos com a seleção para Cannes”, disse Dutra, ao G1. O filme terá sua estreia mundial na mostra Um Certo Olhar (Un Certain Regard), competindo pelos prêmios, e também pelo Caméra d’Or, reservado aos diretores estreantes em longa.
Juliana e Marco já exibiram seu trabalho duas vezes no festival francês: o curta O Lençol Branco (2004) fez parte da seleção da Cinéfondation e Um Ramo (2007) passou na Semana da Crítica. Este último levou o Prêmio Descoberta, entregue ao melhor curta da seleção segundo o júri.
Equipe afinada
Os diretores fazem parte do grupo Filmes do Caixote, que inclui realizadores como Caetano Gotardo e Daniel Turini – responsáveis, respectivamente, pela montagem e pelo som de Trabalhar Cansa. O diretor de fotografia Matheus Rocha e o diretor de arte Fernando Zuccolotto também são parceiros de longa data dos diretores.
Sara Silveira e Maria Ionescu, da Dezenove Som e Imagens, voltam à seleção da Un Certain Regard seis anos depois de Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes, exibido na mesma mostra em 2005.
Além de produzir filmes de diretores como Carlos Reichenbach e Anna Muylaert, a Dezenove dedica boa parte de sua energia aos cineastas estreantes. Os Famosos e os Duendes da Morte (2009), de Esmir Filho, é um dos exemplos mais recentes.
Entre os trabalhos futuros da Dezenove estão O que se move, de Caetano Gotardo, e As Boas Maneiras, próximo longa de Juliana Rojas e Marco Dutra.
Encabeçam o elenco Helena Albergaria e Marat Descartes, também protagonistas do curta Um Ramo. Helena faz parte da Companhia do Latão e foi indicada ao Prêmio Shell por seu trabalho no espetáculo O Círculo de Giz Caucasiano. Em 2007, Marat Descartes venceu o Prêmio Shell de Melhor Ator pela peça Primeiro Amor.